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Viajar na arquitetura é tudo de bom!

1 de julho de 2016

Quando se fala em viagens, me sinto suspeita para falar… Amo viajar!

Desde pequena, quando ainda morava em Floripa – minha terra natal – bastava alguém me chamar para ir à São José (cidade vizinha, equivalente à nossa Cabedelo) para ficar feliz da vida e correr logo com uma mala de mão.

Sempre achei que viajar nos torna melhores, nos abre a mente, a visão de mundo e nos ensina a respeitar culturas e diferenças. Hoje, depois de muitas idas e vindas, tenho certeza. 

Mas o que isto tem a ver com arquitetura? Tudo, eu diria. Como projetar espaços universais e pensar a arquitetura de forma global sem conhecer outros mundos?

Viver sem sair do lugar é como viver em uma caixa. E o arquiteto precisa enxergar além, precisa projetar o futuro, de forma atemporal e poética.

A arquitetura é um grande desafio. Reunir tantas características em um único sonho é tarefa das mais árduas. 

As demandas podem ser infindáveis, mas ainda que nos limitemos às básicas, a lista é longa. Desenvolver fluxograma e programa de necessidades sem esquecer nenhum detalhe, traçar o partido de forma assertiva, delinear estudos volumétricos impressionantes, propor soluções técnicas ideais e viáveis economicamente, e por aí vai… Tudo isto sem perder a leveza que tange o campo das emoções; criando percursos e ambientes que provoquem os cinco sentidos e finalmente dando sentido à arquitetura.

Repito, as viagens são fundamentais. Vivenciar as emoções causadas por nossos colegas arquitetos e urbanistas nos espaços que criaram, cada um à seu tempo – sejam eles urbanos ou privados – nos faz acrescentar informações e conteúdo ao nosso leque do subconsciente, que usualmente transparecerão em nossos traços.

Quando passeio pelo centro histórico de qualquer cidade, procuro imaginar como aquelas pessoas viviam, como se davam as rotinas e quais eram os comportamentos influenciavam a arquitetura. É muito comum andarmos em cidades medievais e precisarmos nos abaixar para passar pelas portas, pois a estatura média na época era consideravelmente mais baixa que a nossa atual. O clima também é outro fator determinante e observar as interferências nas construções pode ser muito engrandecedor. Climas frios pedem soluções adequadas para manter as casas quentinhas por mais tempo, climas secos dispensam coberturas, climas quentes exigem soluções adequadas para a ventilação natural.

E além de tudo isto, temos o design. Ah, o design! Em tudo pode ser visto e em tudo pode ser sentido. Como os traços influenciam a beleza da vida! Seja em nossos projetos arquitetônicos, de interiores ou de produtos, as linhas bem escolhidas e o peso perfeito na mão do arquiteto, determinam se o usuário se sentirá muito bem, bem ou indiferente àquilo que está à sua frente.

Em cada local que vou de férias ou a trabalho, costumo escolher um ou outro objeto de uso pessoal, desenvolvido com design de excelência para trazer como souvenir. É uma forma de, no dia a dia, me lembrar daquele lugar e de tudo o que vi; de manter vivas as experiências vividas e as emoções sentidas enquanto passeava e flanava pela cidade.

E, para os que possuem outras profissões, meu conselho é o mesmo. Viajem tanto quanto possam! Assim como os arquitetos – os médicos, advogados, administradores, economistas, músicos, poetas, artistas, enfim – todos, ainda que não percebam conscientemente, carregam consigo impressões na alma, marcas deixadas pelas vivências experimentadas nas cidades pelas quais passaram. 

E então? Quando será a sua próxima viagem? Eu já estou programando a minha…