logo paraiba total
logo paraiba total

Condomínios: clientes super especiais!

10 de outubro de 2017

Atender as necessidades de um único cliente exige atenção e destreza. E quando o cliente abrange mais de cinquenta ou cem famílias? É o caso dos condomínios residenciais, nossos desafiadores cases corporativos.

O briefing dos clientes corporativos é peculiar e estritamente diverso do cliente pessoa física. Quando iniciamos o processo de concepção de um empreendimento de grande porte – seja ele residencial, comercial ou de serviços – automaticamente listamos no nosso imaginário um programa básico que precisa ser atendido, mas que também nos dá uma liberdade enorme no tocante ao design, às formas e até mesmo às propostas de uso e manipulação dos espaços.

O ambiente de uso comum ao grande público nos permite explorar mais o modo de vida moderno, alinhando e conduzindo pensamentos e comportamentos com o traçar arquitetônico. É poético pensar que podemos induzir as pessoas – no bom sentido, é claro! –ao maior convívio, ao “olho no olho”, a desfrutar da presença dos amigos, vizinhos ou colegas de trabalho em espaços de múltiplos usos, de forma descontraída, leve e criativa. 

É fato que, na ultima década, as grandes empresas e multinacionais vem se preocupando mais e mais com o bem-estar dos seus funcionários e que isto teve um reflexo impactante na arquitetura corporativa. Quando recém-formada, trabalhando em um grande escritório em São Paulo, tive a oportunidade de participar de projetos das sedes do Google, da Nokia e da Siemens. Já nesta época surgia o boom das salas de recreação dentro das empresas, com mesas de ping pong, sinuca, redes, vending-machines, enfatizando o quanto é importante o convívio social o o sentir-se bem para ter bons resultados na produtividade.

O exercício do “pensar o viver” é tarefa básica do arquiteto e ponto chave para o sucesso dos projetos. É preciso observar e analisar profundamente a atualidade e seu estilo de vida para sugerir e projetar ambientes funcionais e realmente convidativos. 

A velha e híbrida sala de jogos já não tem mais lugar nos condomínios clube que almejam abraçar seus moradores com aconchego e acolhimento. A mesa de sinuca, agora vem acompanhada de uma área de apoio para petiscos ou integrada à área gourmet, configurando novos conceitos como o snooker bar e o rooftop – quando alocados nas coberturas dos edifícios.

Com a tecnologia, a globalização e a internet, também vieram novas formas de se comunicar e interagir, seja para estudar, trabalhar ou socializar. E então, conceituamos os “Funplaces”, novos espaços voltados para o público adolescente, com layout descontraído e arrojado, wi-fi de alta velocidade, jogos eletrônicos e áreas de descanso e convívio.

Os salões de festas repletos de mesas iguais e monótonas cedem lugar à mobiliários mesclados, com sofás, poltronas e diversificação de formatos, permitindo uma infinidade de usos dentro do mesmo ambiente.

A arquitetura é dinâmica e deve acompanhar as transformações que vivemos em nosso dia a dia. Caso contrario, se torna obsoleta e custosa, como vemos em condomínios mais antigos, que não se submeteram à reformas nem investiram em atualizações e possuem ambientes pouquíssimo utilizados, que pesam nas taxas condominiais com gastos consideráveis de manutenção e limpeza.