A valiosa herança da Marca Pessoal
26 de outubro de 2015
Encontramos cada vez mais adolescentes e crianças sem noção de regras básicas de educação: ceder a cadeira para um idoso, muito obrigado, por favor. Enquanto nossos pais podiam nos olhar nos olhos, somos educadores ocupados demais olhando a tela do celular. Delegamos ensino e percepção do outro para terceiros. Acreditamos na versão dos nossos filhos e os protegemos de tudo e de todos.
Estamos monstruosamente criando pessoas sem empatia, sensibilidade ou entendimento pelo próximo. Defendem-se de si mesmos. Como não temos tempo, pagamos para que alguém faça o que não suportamos fazer. Grandes conflitos que escondem carências de atenção e tempo. Falta de interesse nos assuntos e nas pessoas.
Mas sonhamos com doutores notáveis, engenheiros extraordinários e profissionais fora do comum. Ambicionamos empresários honestos, executivos exemplares e muita recompensa: pela escola que pagamos, pelo pouco tempo que nos dedicamos e pelo sacrifício que julgamos ter feito.
Não criamos universidades para ensiná-los a respeitar um cliente, captar com sensibilidade a necessidade da sociedade ou serem líderes dotados de auto-controle. Não temos universidades que ensinem adultos a aguardar sua vez de falar, tratar bem o garçom ou dar bom dia ao porteiro. E assistiremos um duelo das nossas expectativas e da nossa preguiça tendo como protagonista as crianças que deixamos de ensinar. Valores incalculáveis de uma herança que os profissionais do futuro precisarão para sobreviver. Pensemos mais a respeito do que e como temos ensinado. É na infância que solidificaremos muitos dos inúmeros adjetivos de um profissional bem resolvido e auto-confiante nas suas atitudes. Muito sucesso.