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Economia Criativa: a riqueza ainda é dos grandes centros

30 de março de 2016

A Economia Criativa cresceu no Brasil. As atividades relacionadas à produção simbólica – aquela cuja criatividade, habilidade e talento (individual ou coletivo) é o ativo essencial na produção de bens e serviços vem se destacando nas estatísticas. A indústria criativa, que agrega valor e gera empregos ligados à economia do conhecimento, da indústria de games, da moda e do audivisual aos núcleos que trabalham com base nas tradições culturais de cada região, passando pelo design e pela tecnologia, está em expansão indicam as estatísticas. 

De acordo com os dados da Firjan de 2013, a indústria criativa brasileira chegou a produzir R$ 126 bilhões ou o equivalente a 2,6% do Produto Interno Bruto – PIB. Um crescimento de cerca de 70% na última década.  É animador, claro, mas ainda parece pouco se comparada a produção de outros países. O Reino Unido expandiu em 2,4% do seu PIB, só no último trimestre de 2015.  

Segundos dados da Organização Mundial do Comércio – OMC, juntos, os EUA, a China e o Reino Unido respondem por 40% da Economia Criativa global. E enquanto a Colômbia, entre 2002 e 2008 aumentou suas exportações de bens criativos em 15,5%, o Brasil exportou somente 5% (dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento – UNCTAD). 

O documento “Panorama da Indústria Criativa no Brasil” publicado em 2013 pelo Instituto de Pesquisas e Estatísticas Aplicadas – IPEA faz  uma profunda análise do setor que já representa aproximadamente 2% da mão de obra e 2,5% da massa salarial formal no país. E, o melhor: os trabalhadores da indústria criativa ganham em cerca de 44% a mais e são mais escolarizados que a média.

Apesar do avanço, o emprego criativo tende a se concentrar nas grandes aglomerações urbanas, onde há escala para os serviços mais especializados. 

De acordo com o estudo, a maior parte dos trabalhadores criativos está no estado e na cidade de São Paulo. E também Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Brasília e Campo Grande. 

Desta forma, está claro que um dos setores mais dinâmicos da Economia necessita de investimento para expandir divisas. Os dados do IPEA indicam que as cadeias produtivas que estão fora do eixo deveriam ter mais atenção do Estado com iniciativas e fomento que garantam sustentabilidade enquanto se desenvolvem. Para reafirmar isso, ressalto a a importância da ampliação de espaços de cultura e lazer no Brasil: apenas 21% das cidades brasileiras possuem salas de teatro e apenas 9% possuem salas de cinema. 

Veja estudo do IPEA