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Superação

21 de setembro de 2015

Tive a oportunidade de assistir, nas paraolimpíadas passadas, a algumas competições para-olímpicas de Londres. Atentei para uma entrevista de uma senhora britânica que havia perdido as pernas em um atentado terrorista na capital inglesa. Referida senhora demonstrou uma alegria incalculável em ter participado da competição. Outros exemplos de atletas deficientes nos causaram emoção, dado a um fato de extrema importância para a vida: o poder  de superação.

As pessoas, vítimas de adversidades a que todos nós estamos sujeitos, reagem de forma diferente. Umas aceitam pacificamente as consequências; outras se entregam ao desespero, chegando até mesmo ao auto-extermínio. Mas existem aquelas que reagem de maneira positiva, partindo para outras realizações. Conheci um funcionário público, lá em Minas Gerais, que nasceu sem os dois braços. Relatou-me que, desde tenra idade, sentia muito ódio de sua mãe, pois esta não lhe dava comida na boca, como era de se esperar. Colocava-o sentado no chão e, à sua frente, o prato de comida. Ele tinha que se virar e comer usando seus dois toquinhos de braço. Posteriormente, passou a amá-la, porque ele se tornou uma pessoa independente e vitoriosa. Os psicólogos atuais chamam a isto de pessoas resilientes. Resiliente é um termo usado em Física, que se refere à capacidade de alguns materiais de absorverem impactos e retornarem à forma original. Portanto, pessoas resilientes são aquelas que, após a adversidade, se encorajam e se dedicam à realização de um objetivo. Passam a ter uma nova vida, até mesmo mais significativa que a anterior.

A meu ver, esta é a maior virtude das paraolimpíadas: mostrar ao mundo o poder de superação. Às vezes nos desesperamos com coisas tão sem importância. Aborrece-nos fato de não poder adquirir tal ou qual bem material. Quantas vezes nos sentimos suscetíveis a uma ou duas palavras que outras pessoas nos dirigem, muitas vezes expressadas de forma impensada?! 

Recordo-me de umas palavras, cujo autor desconheço, que assim dizia: “Eu, que reclamava de não ter sapatos, encontrei alguém que não tinha pés.” É isto: todos nós temos problemas. Todos nós temos frustrações. Todos nós temos incertezas e decepções. Mas o mais importante é saber enfrentá-las. Há de se olhar para frente, pois a vida continua. A superação consiste em transformar cada dia melhor que o anterior. Aí está a verdadeira evolução.