O ser e o parecer
25 de agosto de 2015
Em uma recente ocasião, vi uma pessoa escorregar e cair no chão. O que mais me chamou a atenção foi o fato de que ela imediatamente olhou para os lados à procura de alguma coisa. Ela pareceu estar mais preocupada com a observação e talvez o escárnio das pessoas do que propriamente com sua integridade física. Se houvesse pessoas conhecidas nas proximidades a situação seria pior. Meditei sobre o fato e pude concluir que muitas das vezes nos preocupamos mais com o parecer do que com o ser. E isso se nota em diversas oportunidades dentro do nosso cotidiano.
Quando vamos receber alguma visita, corremos para limpar a casa, arrumá-la, perfumá-la, esconder nossas bagunças, não é mesmo?! Este deveria ser nosso comportamento rotineiro: ter um lar limpo e organizado. Mas ficamos mais preocupados com o que nossa visita vai pensar sobre nós. O mesmo acontece com nossa aparência. A maioria das pessoas, mormente mulheres (desculpem-me essas adoráveis criaturas) procuram se enfeitar, mais para impressionar outras do que propriamente para satisfação própria. Daí se tornam presas fáceis dos modismos e escravas do consumismo. Situações comuns são notadas entre adolescentes, principalmente. Quantas vezes atormentam seus pais porque querem um celular, ou uma mochila, ou uma roupa igual aos dos outros colegas.
O certo é que muitas das vezes queremos passar para as outras pessoas aquilo que realmente não somos. Mergulha-se em dívidas para ter um carro novo, um tênis de marca, um celular de última geração. Logicamente que isto não se aplica aos ricos, que podem naturalmente se darem a esse luxo. Mas é muito comum encontrar pessoas que, apesar de estarem passando dificuldades financeiras, se entregam ao que está na moda. Daí depois as conseqüências já conhecidas.
Não que o parecer não tenha importância. Disse um comediante, certa vez, que “não basta uma mulher ser honesta; tem que parecer honesta.” É lógico que o conceito que as pessoas tenham de nós é importante. Mas a importância maior é procurar mais ser do que parecer. È pensar mais no espiritual do que no material, porque este é efêmero, enquanto aquele é para a eternidade.
