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Sobre a intolerância

1 de setembro de 2015

Os recentes acontecimentos no mundo e
também no Brasil, onde fanáticos atacam,  de diversas formas,  pessoas de outras raças ou crenças religiosas,
nos fazem pensar como até hoje existe a intolerância na humanidade. Tragédias
não param de acontecer, e a História já registrou fatos que envergonharam a espécie
humana. O massacre da Noite de São Bartolomeu, na França, em 1572, matou de 70
mil a 100 mil protestantes (huguenotes), por ordem dos reis católicos; Hitler
teve a responsabilidade do extermínio de 6 milhões de judeus, durante a Segunda
Guerra Mundial; até pouco tempo atrás, protestantes e católicos se matavam na
Irlanda: muçulmanos e cristãos ainda se enfrentam no mundo. Pelo que se vê, a
história da humanidade tem revelado vários exemplos de intolerância,
principalmente as de cunho religioso. 

O tema já foi motivo de várias
manifestações literárias. Voltaire publicou em 1763, na França, o seu
Tratado Sobre a Tolerância, desafiando
governantes e religiosos, promovendo a liberdade de pensamento. E este é o
sentimento que deveria prevalecer até hoje: o respeito à livre escolha do
cidadão quanto às suas crenças e religiosidade. Não se entende porque nos dias
atuais somos testemunhas de situações constrangedoras: preconceito entre evangélicos
e católicos; preconceito contra os espíritas; preconceito contra os ateus. Tudo
isto alimentado por seus dirigentes. Mas, afinal:  Deus não é o mesmo em todas as religiões? 

Penso que Deus, utilizando de sua Justiça Divina, trata igualmente todos os seus
filhos. Coloca em suas mãos todas as ferramentas, deixando a seu cargo a
escolha: o caminho do bem ou o caminho do mal. Porque então tal ou qual
religião se julga a preferida Dele? Existe até o absurdo de que um povo  ainda se julga o  escolhido de Deus. Repito que a intolerância
está na cabeça dos líderes religiosos porque as doutrinas pregam o amor entre
os semelhantes. Por acaso os ensinamentos cristãos contém coisa diferente do
amor fraternal? Não pregam os  evangelhos
o amor ao próximo? O certo é que a intolerância ainda perdura nos dias atuais,
mesmo que de maneira velada. Todos nós somos filhos do mesmo Pai e todos
aqueles que, religiosos ou não, procuram chegar a Deus, escolhem a melhor
maneira de fazê-lo. 

Mesmo os não religiosos procuram a Ele, sem necessitar
daqueles que se julgam intermediários, pois todos têm a noção exata do que é
certo e do que é errado. A oração mais eficiente e digna aos olhos de Deus é a
conduta de cada um, é a obediência às suas leis. Que cada um siga o seu
caminho, procurando exercer a tolerância, pois ninguém é dono da verdade. Que
estas palavras sejam motivo de reflexão.