Heróis?
16 de novembro de 2016
Há pouco tempo atrás fui a um show humorístico. Platéia cheia. Humor fraco, bem fraco. Porém, o que mais me chamou a atenção, era quando os humoristas expressavam palavrões. Aí a platéia ia ao delírio. Fiquei a perguntar-me: será que estamos dando muito valor a quem não merece?
O que temos visto comumente é a supervalorização de pessoas que nada oferecem à sociedade. Pelo contrário: só maus exemplos. São artistas, políticos, atletas, etc., que, usando e abusando de drogas e outros vícios ou que fazem da desonestidade um modo de alcançarem sucesso, viram heróis nacionais. São escritos livros e se fazem até filmes sobre eles
E o que dizer também de vários ídolos que se sujeitam a fazer comerciais de bebidas? Comerciais em que sempre aparecem lindas mulheres; que ligam a bebida a momentos de grande satisfação. Que belos exemplos para a infância e juventude, não é mesmo? Claro que não!
Evidentemente, alguns possuem seus méritos artísticos. Mas daí virarem heróis, exemplos para nossas crianças, isso é demais.
Penso que, realmente estamos dando muito valor a quem não o tem.
Existem, por outro lado, valores dos quais esquecemos e às vezes nem percebemos. Quantas são as pessoas que realizam obras de grande valor para sua comunidade e até mesmo para a humanidade. Estas, sim, são as pessoas merecedoras de nosso reconhecimento. González Pecothe, criador da ciência LOGOSOFIA, diz que devemos ser gratos a tudo: a Deus, às pessoas que nos fizeram bem, aos momentos felizes que vivemos, etc.
Acrescenta que a gratidão é um sentimento a ser cultivado permanentemente. Interessante é um exemplo que ele nos brinda: aquele medicamento, talvez um pequeno comprimido, que nos cura ou nos alivia das dores. Imagine só quantos anos foram gastos, quanto dinheiro foi aplicado e, principalmente, quantos e quantos cientistas trabalharam para se chegar a este resultado. Cidadãos que dedicaram sua vida para o bem da coletividade. Pessoas que talvez nem sequer colheram os frutos de seu trabalho. Estes, sim, são nossos verdadeiros heróis. Estes merecem nossa gratidão.
Acredito ser necessário que façamos uma reflexão e uma reavaliação de nossos heróis, no sentido de verificar se realmente servem de paradigma, mormente para nossas crianças, cujas mentes ainda não estão preparadas para filtrar as mensagens que os bombardeiam a todo instante.
