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O crer e o saber

1 de fevereiro de 2017

Desde os primórdios dos tempos, o homem tem sido presa fácil das crenças de toda espécie, principalmente as religiosas. Por isto, tem sido dominado por aqueles que estão em condições mentais mais favoráveis. Essas crenças tiram a capacidade de raciocínio do homem, causando-lhe muitas vezes sérios prejuízos. Lembro-me de algumas crenças que interferiram na minha vida. Vou citar uma interessante: quando eu me casei, com 25 anos de idade, fui fazer a primeira compra de mercado. Dentre os produtos adquiridos, estava um pacote de sal e que, ao colocá-lo em um recipiente, deixei entornar um pouco. Fiquei desesperado e agoniado, pois uma senhora idosa me havia dito que, se alguém entornasse sal, teria sete anos de azar. 

Felizmente, resolvi raciocinar sobre isso e descobri que, nos tempos coloniais, o sal era importado, e por isso, muito caro. Então os patrões incutiam isso nos empregados para que eles tivessem mais cuidado no manuseio do produto. Aquilo foi passando de geração em geração, chegando até minha pessoa, fazendo-me sofrer sem motivo. Quantos de nós, principalmente os mais velhos, não tiveram qualquer tipo de crença enraizado em nossas mentes? 

Dentre as diversas crenças, as de caráter religioso são extremamente danosas, e tanto no passado como no presente, são instrumentos que são largamente utilizados. Aproveitadores abusam da candidez de muitos para fazerem falsas promessas. Condenam as pessoas ao eterno obscurantismo. Falam de um Deus severo, sempre pronto a punir. Interpretam as escrituras de acordo com seu interesse, escondendo a verdade a que todos têm direito.

Carlos Bernardo Gonzalez Pecotche, autor da ciência chamada Logosofia, diz que se deve trocar a palavra crer pelo saber, porque sabendo, não crendo, é como o homem consegue ser verdadeiramente consciente do governo de sua vida. Que possa ser dono do seu pensar e do seu sentir. Tudo deve ser verificado criteriosamente pela razão e pela sensibilidade, pois ambas caminham juntas.