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Vaidade

14 de outubro de 2015

A mídia tem divulgado estatísticas que apontam o número crescente de cirurgias plásticas em todo o Brasil. Embora não tenha sido, até certo ponto, uma surpresa, evidenciou-se uma preocupação: o culto do externo. O que é mais preocupante é que este culto começa desde a  infância. As mães, salvo honrosas exceções, começam por dar relevância a um grave defeito, que é a vaidade excessiva. Isto vai gerar graves problemas no futuro. É comum ouvir delas: “Minha filha, você é linda!”, “Você vai ser uma miss”, “Você vai ser artista de TV”, e assim por diante.

Desde cedo então, começa-se a fazer aquilo que a moda exige: tem que ser magra, ter o busto desse ou daquele jeito, ter o nariz desse ou daquele feitio etc. Submete-se a pessoa a um risco cirúrgico, chegando-se ao ponto de se modificar totalmente sua figura humana, tornando-a, por vezes, irreconhecível.

Outro fato que nos chama a atenção é o crescente número de pessoas com  tatuagens. Nota-se isto, principalmente, naquelas figuras consideradas ídolos para o público, como  atores e jogadores de futebol. E o costume se espalha como uma epidemia. Os religiosos condenam tal procedimento, baseados  em citações bíblicas. Há, entretanto, que se respeitar o gosto de cada um, apesar de se evidenciarem alguns excessos.

Esse é o chamado culto da personalidade. Personalidade,  na sua acepção correta. A palavra personalidade vem do latim “persona”, que significa máscara. E é desse jeito que se procura apresentar-se à sociedade, em detrimento daquilo que se é realmente.

Mais do que o externo, há de se cultivar  o interno. Isto é o mais importante. Voltando à questão dos filhos, é necessário que observemo-los a fim de descobrir neles suas reais aptidões. Daí, incentivarmos e apoiá-los nas suas escolhas, e não impor as nossas. Evidentemente que devemos orientá-los quanto às dificuldades que porventura encontrarão no caminho, mas sempre, sempre respeitando suas opções.

Às vezes cometemos erros na formação dos mesmos. Mas temos que compreender que cada ser humano tem seu processo. Cada pessoa é diferente de outra. Iguais só  na parte física, como é o caso  dos gêmeos. Quantas vezes ouvimos os pais falarem: “Criamos nossos filhos da mesma maneira e são todos diferentes.” Repetimos: cada ser tem seu próprio caminho a percorrer, e isto tem que ser respeitado.

Neste cultivo das qualidades internas, há de se incentivar a prática de  sentimentos nobres como bondade, gratidão, alegria, respeito e outros. Deve-se salientar que a vaidade é saudável, mas a vaidade excessiva é perniciosa. Há, sim, que se cuidar do corpo, por questões de saúde e pela obrigação espiritual, por ser ele um depositário digno daquilo que nos foi dado por Deus, mas não para apenas agradar aos modismos e satisfazer à insaciável ganância dos interesses comerciais.