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O Perdão

9 de setembro de 2015

Uma questão que sempre inquietou o ser humano é o perdão. Às vezes me defronto com este  tipo de questionamento, já que durante a vida todos nós já estivemos dos dois lados: ora sofrendo injustiças e ofensas, ora cometendo nossos próprios deslizes.

As religiões e todos aqueles que pregam a redenção são unânimes em dizer que o exercício do perdão é fator indispensável para a salvação. Mas o quanto isto é difícil, não é mesmo?! Como perdoar a traição de um amigo? Como perdoar o criminoso que ceifou a vida de um ente querido? Como perdoar uma ingratidão? Por isto é que nunca acredito que haverá paz no Oriente Médio, porque creio ser quase impossível que um povo possa perdoar aquele outro que matou todos os seus familiares e amigos, de maneira cruel e sem dar chance de defesa. Isto, de ambos os lados, quer seja judeu ou muçulmano. 

O perdão pode ser analisado sob dois aspectos. Primeiro, o perdão de Deus para com nossas faltas. Difícil aceitar que outro ser humano possa nos redimir de nossas dívidas através de uma pequena penitência ou de uma doação em dinheiro, prática que existe desde a Idade Média, quando se comprava as famosas indulgências. Deus seria tremendamente injusto se aceitasse esta prática. Para a redenção, cabe a nós, e tão somente a nós, equilibrar o fiel da balança com o fazer o bem, modificando também nosso comportamento. Não adianta ficar lamentando o que passou e sim decidir sobre aquilo que poderá ser feito daí por diante.

O outro aspecto é o que se refere ao trato com nosso semelhante. O certo é que, aos cometermos qualquer ofensa a outrem, é imprescindível que, após aqueles momentos de serena reflexão, possamos voltar a essa pessoa e, reconhecendo nosso engano, pedir o perdão. No caso contrário, se não formos procurados, o certo é que devemos afastar-nos discretamente dessa pessoa, deixando de lado a amizade que, porventura, teria existido. Mas o essencial é que nunca podemos negar a ninguém a oportunidade de sanar seu dano.

O ato de perdoar é extremamente difícil de ser exercido. É como acontece com as feridas: elas curam, mas ficam as cicatrizes. Somente os espíritos mais elevados são capazes de exercê-lo de maneira natural. Por isto, devemos sempre procurar praticá-lo, por mais difícil e duro que seja, pois ele é essencial para nossa evolução.