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A caridade

10 de dezembro de 2015

Outro dia, estava a andar pela rua, quando aproximou-se um homem, com uma muleta e pediu-me uma esmola. Imediatamente surgiu outra pessoa dizendo-me: – Não dê nada. Ele é aposentado e ganha bem!  Assustei-me com aquilo e fiquei a pensar sobre a caridade. Hoje em dia fica até difícil querer ajudar as pessoas. São tantos os enganos, as falcatruas. Espertalhões existem por todos os lados. A incidência maior ocorre nessa época natalina.

Conheço campanhas que desestimulam a esmola nas ruas, incentivando a ajuda às instituições de caridade. Mas são tantas as instituições com dirigentes corruptos que ficamos com o pé atrás.

Por outro lado, existe uma corrente que diz que não se deve ajudar ninguém, pois isto é a obrigação do governo e pagamos impostos para também fazer face estes fins sociais. O que fazer então? Como ficar também ante nosso próximo necessitado? Como ficar alheio a esta realidade?

Creio que é importante ajudar ao próximo, desde que conheçamos este próximo. Conheço situações em que pedintes têm ótima situação econômica. Conheço tantos outros que pedem apenas para satisfazer vícios. São tão bem treinados que chegam a nos emocionar com suas manifestações teatrais. A nossa sensibilidade por vezes é enganada diante de falsas situações tão bem interpretadas. Dando nossa contribuição, nesses casos, estamos, não fazendo o bem, mas sim estimulando o vício.

A máxima muito usada – fazer o bem sem olhar a quem – é, para nós, falsa porque arriscamos a cometer erros. O certo seria : faça o bem, olhando a quem.

Para a LOGOSOFIA, a caridade obedece a uma lei universal. Sua finalidade é a de estabelecer um vínculo de amor duradouro entre os semelhantes. Deve ser feita sim, observando se realmente aquela pessoa tem a alegada necessidade. Que aquela ação tenha também uma continuação, ou seja, que o ajudado tenha realmente uma compreensão daquele ato e faça o mesmo quando  assim tiver condições. Que esta ajuda seja espontânea, não se pensando em ter uma compensação no futuro. Fazer o bem pelo próprio bem. Só o fato de fazer o bem já é um dom de Deus.

Eis aí um interessante tema para meditação. Acho que seria importante a ajuda aos necessitados. Às vezes ficamos com nossos armários cheios de roupas que não usamos e nem iremos usar. Por que não direcioná-los àquelas intuições que temos certeza de que são organizações idôneas? Por que não oferecer ajudar, sem humilhar, àquelas pessoas que temos certeza de que são merecedoras desta ajuda? Aí, sim, estaremos cumprindo a Lei da Caridade, ajudando a nossa evolução, que é a principal missão do ser humano.