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Sobre o casamento

30 de setembro de 2015

Verificando alguns dados estatísticos, observei que, ultimamente, a Paraíba tem ocupado o segundo lugar do Nordeste, em casamentos, e um índice de divórcios acima da taxa média nacional. Fiquei a pensar nesses dados até certo ponto preocupantes. O que está ocorrendo na mente dos jovens em relação ao casamento? O pensamento predominante, antes mesmo do casamento é que, “se não der certo, eu me separo.” Creio ser um pensamento pré-estabelecido, muito simplista e vulgar por um evento tão importante. 

A formação de um núcleo familiar é de uma importância transcendental e não deve ser tratada desdenhosamente. Duas pessoas, ao decidirem se unir, devem estar preparadas, inteiradas sobre o passo que irão dar. Há que se conhecerem, aproveitando as oportunidades que lhe oferecem o namoro e o noivado, procedimentos que foram estabelecidos justamente para isto. Pecotche, humanista autor da Logosofia, diz textualmente: “Eu aconselharia a todos os jovens de ambos os sexos em vias de contrair matrimônio, e principalmente ao varão, formular-se a seguinte pergunta: Para que quero me casar?” Eis aí a grande pergunta para cuja resposta há de se muito  meditar.

Um outro  aspecto é também estabelecer um equilíbrio entre o sentir e a razão, quando da escolha. É o caso que se observa também quando conhecemos uma pessoa, para fim de amizade. Achamo-la simpática, legal. Mas vem a razão é diz outra coisa: a pessoa é desonesta, com vícios etc. Não serve então para ter nossa amizade. Houve aí a participação do sentir e do pensar e, no caso, com predominância deste. Acontece que quando dois jovens se conhecem, não observam este equilíbrio. Começam logo a namorar, já com início de paixão (sentir), mas se tornam tolerantes com os defeitos (razão) – “quando nós casarmos ele(a) vai  consertar”. É aí que se inicia uma  união que certamente será infeliz.

Absolutamente nada contra a separação conjugal, mas sim contra o despreparo das pessoas ao decidirem unir suas vidas. Ninguém há de sacrificar sua felicidade, sua realização, a favor de um sofrimento sem fim. Tomo a liberdade de, mais uma vez, citar  o autor mencionado acima: “ A maior parte dos dramas que se promovem no seio familiar são produto inequívoco das incompreensões mútuas ou, mais exatamente ainda, da falta absoluta de conhecimento sobre os elementos básicos que configuram o edifício das relações matrimoniais. Dramas que, muitas vezes, degeneram em tragédias ou separações definitivas quando o amor próprio, sempre acompanhado de intolerância, violência, obstinação, oprime o amor até afogá-lo, esse mesmo amor que um e outro juraram eterno.”

Por isto há que se considerar que o conhecimento é uma das chaves para uma união feliz. Dentro disto, há que se fazer uma preparação adequada,  predispondo-se ao desejo de adotar o gênero de vida oferecido pelo matrimônio. Juntando-se isto a escolha adequada do parceiro, a união por certo há de ser feliz. Merece isto uma profunda reflexão. Casamento é coisa séria.