logo paraiba total
logo paraiba total

A Carta das Cachaças: uma contribuição para a nossa autoestima

19 de maio de 2017

“O Brasil é o único país no mundo que não leva a sério a sua bebida nacional”. A afirmação, feita pelo cronista Rubem Braga, foi lembrada por outro cronista, o nosso Gonzaga Rodrigues, que escreveu sobre a origem da cachaça e fez uma análise social de fôlego, na recém lançada Carta das Cachaças da Paraíba. A publicação, iniciativa da Associação Paraibana dos Engenhos de Cachaça de Alambique, idealizada pelo presidente da Aspeca, Vicente Lemos, é um passo para despertar no país e fora dele, o reconhecimento da cachaça como a única bebida genuinamente brasileira, e mostrar a qualidade da cachaça paraibana.

Gonzaga discorre em suas linhas sobre a história da cachaça, e o preconceito com a bebida “Velha de 500 anos, a bebida nacional brasileira foi mantida por baixo do pano, ignorada pelo governo e suas elites sociais e culturais até mais de meio século atrás”. Noutro trecho analisa: “Como se faltasse à elite política e cultural do país autonomia de espírito suficiente, ou pelo menos, para tratar o destilado mais consumido no Brasil como o americano trata seu uísque; o europeu, o seu vinho; o russo, a sua vodca; seja qual for a motivação ou o nível social do brinde ou da libação desses estrangeiros”.

A Carta das Cachaças da Paraíba oferece, ainda, a história de 19 engenhos paraibanos, contada por mim. Junto com a produtora Marise Barreto, visitamos todos os engenhos para ouvir as histórias da criação deles, cujos alicerces vem de séculos atrás, suas origens nas famílias e suas lutas para manter a tradição na produção de cachaça. Nestes textos é possível conhecer um pouco dos engenhos, sua localização e produção das mais expoentes cachaças de qualidade da Paraíba.

A Carta das Cachaças da Paraíba é a quarta lançada no país, neste esforço de produtores para a divulgação da produção paraibana, de qualidade excepcional atingida por esforços e investimentos, e que ainda necessita de reconhecimento. Com a Carta, a divulgação se torna mais séria e embasada, fruto do trabalho de uma equipe que tem ainda o fotógrafo Cacio Murilo, a análise sensorial dos rótulos por Jairo Martins, projeto gráfico de Sergio Sombra, coordenação e assessoria de Marise Barreto, e coordenação geral de Vicente Lemos e Múcio Fernandes. Os tradutores de inglês e espanhol foram Alyssandra Negri e Douglas Ramos, respectivamente, e a revisão de Denise Barreto Rocha Sampaio. A confecção foi da Gráfica JB.