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Viajar sozinha: sim, as mulheres podem!

11 de março de 2018

A primeira vez que viajei sozinha, sem ser a trabalho, tive que tomar a decisão de supetão. Tinha acertado toda a viagem para cinco países da Europa com uma amiga, e ela desistiu na última hora, por causa de um falecimento na família. Homens vão a bares sozinhos, vão a cinema, viajam sozinhos. As mulheres ainda têm receito de fazer tudo isso. Só havia duas opções: ir sozinha ou desistir, e esta segunda, eu não admitia: estava sonhando com passeios em Lisboa, vinho em Roma, Jazz em Insbruck, tapas em Madrid, cerveja em Berlim. Vivíamos numa época que quando íamos a Europa, se fazia um roteiro enorme, para aproveitar as passagens, que eram bem caras. E lá fui eu, sozinha para a viagem, numa das experiências mais transformadoras da minha vida. Meu raciocínio foi o seguinte: não deve ser tão ruim viajar sozinha, afinal, ficar sem companhia nessas cidades é melhor do que aqui (rsrsrs), mas achava que ia me sentir constrangida, um pouco deslocada, e também 

E aqui vai a primeira dica: enfrente. Se não tiver companhia, e mesmo assim queira ir, vá. E a segunda dica: entre em pequenas excursões, que você acerta nas agências das próprias cidades que visitar. Foi o que fiz. E para a minha surpresa, tentando prever o futuro (que graças a Deus não conseguimos ainda…) achava que ia ficar olhando, sozinha, as paisagens, enquanto grupos de casais, família e amigos riam e se divertiam em suas companhias. Em Portugal conheci duas brasileiras, mãe e filha, e batemos Lisboa juntas. Em Roma, entrei numa excursão para Veneza, onde conheci duas venezuelanas e logo formamos um trio. Fui ao festival de jazz em Insbruck com uma uruguaia que também estava só. Conheci uma indiana, casada, que viajava sozinha porque o marido estava trabalhando e não tinham férias juntos. 

Foram poucos os momentos sozinha, de verdade, mas mesmo esses momentos, caminhando e conhecendo lugares novos comigo mesma, foram também muito bons. Essa viagem me mostrou que a vida é surpreendente, e que a gente é bem mais forte do que imagina, mas temos que ter coragem.