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“Na Paraíba, nós temos um dos metros quadrados mais baratos do Nordeste e com uma qualidade excelente, elogiada por todos que aqui vêm conferir”

4 de agosto de 2015

O excesso de oferta decorrente do período de euforia do mercado de imóveis modificou o comportamento das grandes empresas de construção em todo o País. Em resposta aos prejuízos causados pelo dimensionamento inadequado da demanda, elas frearam os lançamentos de empreendimentos, e agora, tentam criar atrativos para a venda dos seus estoques. Entretanto, em João Pessoa, o setor demonstra muito otimismo e parece sentir de leve os efeitos da recessão. As empresas realizam suas entregas e programam seus lançamentos com parcimônia, mas com continuidade.  

O Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon-JP) realizou uma estratégia interessante nas últimas semanas para fortalecer a imagem do segmento. O órgão reuniu a imprensa para mostrar números positivos e otimistas da Capital. Segundo o órgão, houve aumento de 10,73% este ano com relação a 2014 nas vendas – um crescimento mais moderado no volume, mas constante.

O Paraíba Total conversou com o vice-presidente da Federação da Indústria do Estado da Paraíba (Fiep) e diretor da Conserpa Enger, que atua no mercado desde 1990, José Willian Montenegro, que avaliou este cenário.  “A indústria da construção civil na Paraíba vai bem. Na Paraíba, nós temos um dos metros quadrados mais baratos do Nordeste e com uma qualidade excelente, elogiada por todos que aqui vêm conferir”, pontuou.

Além do panorama, José Willian adiantou as novidades da Conserpa Enger para os próximos meses. Confiram trechos da conversa.

Como está se comportando o setor da construção civil paraibano neste momento de recessão econômica?

A indústria da construção civil na Paraíba vai bem. Nós não estamos passando alguns problemas como que o setor enfrenta m Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro. Essas cidades tiveram uma expectativa grande por conta da Copa do Mundo e agora das Olimpíadas. Por isso, elas tiveram seus preços inflados, tiveram um número acima do normal de lançamentos. Então o que está acontecendo lá é um momento de uma ligeira baixa de vendas, o que não acontece aqui na mesma intensidade. Nós nem temos essa pujança econômica para um número de lançamentos tão grande como foi feito nessas regiões do País, como também não vivenciamos essa expectativa tão grande na época desses dois grandes eventos que citei. Isso, por um lado, foi bom porque evitou o excesso de lançamentos, evitou que preços fossem inflados e nós hoje estamos colhendo os frutos disso. Na Paraíba, nós temos um dos metros quadrados mais baratos do Nordeste e com uma qualidade excelente, elogiada por todos que aqui vêm conferir.

João Pessoa, por ser a capital, é o melhor mercado no segmento?

João Pessoa e Campina Grande, os dois maiores centros. João Pessoa, como todo o Nordeste, tem crescido além das expectativas do restante do País e nós estamos vendo um movimento migratório muito bom no setor imobiliário. Além do nosso mercado interno, temos também atraído um mercado de fora do Estado, que tem mantido o equilíbrio. Esses ventos tão fortes que estão batendo por lá, pelo Sul e Sudeste, não estão afetando tanto a gente aqui.

Mas esses bons ventos também estão trazendo empresas grandes, nacionais para investir aqui. As construtoras paraibanas estão preparadas para esta competição de mercado? 

Na minha visão, a concorrência é e sempre foi salutar. Nós não tememos. Pelo contrário, nunca houve nenhum movimento para que fossem hostilizadas as empresas de fora ou que fossem boicotadas. Elas também agregam valor nos produtos, algumas trazem novas tecnologias e, com isso, nós sempre somamos. Nós termos um custo administrativo relativamente baixo. São empresas, na sua grande maioria de familiares e algumas ficaram no ranking da ITC (Inteligência Empresarial da Construção) deste ano, e isso é uma prova de inconteste da capacidade gerencial e empresarial no nosso Estado. As que aqui estão convivendo bem e também não conseguiram abalar as empresas locais não.  A outra coisa é que somos, sim, competitivos, e isso os de foram sentem quando aqui chegam. Eles ainda não conseguem ser gerar produtos mais baratos do que os nossos e nem mais eficientes do que os nossos. Sem falar que nós temos a confiança aos clientes locais, que conhecem nossas marcas.

Qual tem sido a contribuição da Fiep junto ao setor?

Nós temos feito um esforço grande na Federação das Indústrias da Paraíba para que venhamos interiorizar as ações. Estamos sempre com o Sesi e  Senai, fazendo uma força enorme para que tenhamos uma capilaridade no Estado. Hoje, inclusive, a Fiep está presente em mais de 15 cidades do Estado e o Sesi/Senai, em praticamente 10 cidades. As unidades móveis em todos os segmentos da indústria estão à disposição do empresariado. Nós acreditamos que essa sazonalidade que a indústria como um todo está passando deve ser observada por uma outra ótica, que é a de aprender a  melhorar os processos e realizar ajustes para sairmos fortalecidos. Temos aqui uma mão de obra extremamente competente, a capacitação está sendo feita em larga escala e nós temos um empresariado competitivo. A junção de todos esses fatores fará com nós saímos mais fortes desse processo.  

Contrapondo o que o senhor disse, muitos empresários do ramo da construção civil apontam a falta de mão-de-obra qualificada com um dos principais gargalos do setor. 

Ela foi sim. Como foi no Brasil e no Nordeste. Na Paraíba, não foi diferente. Entre os anos de 2009 e 2011, quando houve um crescimento exponencial das atividades até faltou mão-de-obra qualificada. A indústria por si só e as empresas também fizeram e fazem um esforço grande para que isso fosse superado, órgãos como o Sesi/Senai trabalharam fortemente nesse sentido, novas escolas foram criadas e foi aumentado sobremaneira o número de professores e de mutiplicadores. Tanto é que agora o setor da construção civil, e isso eu posso dizer com tranquilidade, esse item problemático nós conseguimos equilibrar. Mas, por outro lado, a verdade é que precisamos sempre está investindo na capacitação, no Ensino Médio e no Ensino Técnico, porque não adianta se ter um número enorme de doutores se falta aquele número suficiente de pessoas qualificadas na base. E isso é o que defendemos e lutamos para se acontecer mais e mais.

Quais as próximas novidades da Conserpa Enger para este segundo semestre?

Nosso grupo Conserpa Enger vai lançar ainda este ano um edifício, que é o Rio Maracaí, no Bairro de Manaíra, em João Pessoa e entregaremos provavelmente até abril do próximo ano mais três grandes empreendimentos na Capital. Bem como já temos previsão de lançamentos para o próximo semestre do próximo ano.

Quais são hoje as cidades de atuação da empresa?

Hoje nós estamos focando basicamente em João Pessoa e Patos. Em Patos, nós temos um empreendimento interessante, o Villas do Lago Residence Prive, um condomínio horizontal, localizado em uma propriedade de 56 hectares, praticamente dentro da cidade, onde fizemos apenas 400 lotes, com uma área de lazer enorme. Nele, mantivemos nichos de áreas de preservação e vegetação local, um grande açude que nós temos no meio da propriedade, que também foi preservado. Então, será um condomínio de altíssimo padrão com condições de competir com qualquer condomínio horizontal não só aqui na Paraíba. Um sucesso enorme para aquela região.