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“O setor médico sofre a crise na economia assim como qualquer outro setor”

14 de abril de 2016

Por conta da recessão econômica, o segmento de saúde suplementar no Brasil teve uma retração de 1,5%. Contudo, na Paraíba, mas especificamente na sua Capital, a demanda cresceu. Essa foi a realidade vivenciada pela Unimed JP, líder no segmento no Estado, com 43 anos de história, construída a partir do trabalho de 1,7 mil médicos cooperados.

Em entrevista exclusiva ao Paraíba Total, o  cardiologista e novo presidente do Conselho de Administração da Unimed JP, Demóstenes Paredes Cunha Lima, falou sobre o crescimento e expansão dos serviços oferecidos pela cooperativa aos seus atuais 146 mil usuários.

Ao longo da conversa, ainda avaliou o mercado das operadoras de saúde, as perspectivas de mercado e como a cooperativa tem agido para lidar com a inadimplência dos clientes.

Confira trechos:

Quais as metas para a nova gestão do senhor frente à Unimed João Pessoa?

O mandato na Unimed João Pessoa, conforme previsto no nosso Estatuto Social, é de quatro anos. Ou seja, a atual gestão, que começou no dia 19 de março, ficará à frente da administração até 2020. Temos como uma das prioridades avançar na profissionalização da gestão, que teve início em 2012, na administração do ex-presidente Alexandre Magno Pimentel, buscando os melhores resultados para a Cooperativa. Nossa responsabilidade é muito grande e focaremos as ações na valorização do médico cooperado, no reconhecimento de nossos funcionários e na satisfação dos clientes. É esse trinômio cooperado/colaborador/cliente que sustenta a Unimed João Pessoa e merece toda atenção.

Como está a cooperativa em números atualmente? 

Nos últimos quatro anos, a Unimed João Pessoa teve um aumento expressivo de 12,97% na carteira de clientes. Com isso, chegamos à marca de 146 mil vidas. É o melhor desempenho dos últimos anos. Em 2015, em decorrência do agravamento da crise na economia, o segmento de saúde suplementar no Brasil teve uma retração de 1,5%. Mesmo nesse cenário adverso, conseguimos crescer 1,7%. Outros dados significativos são que, hoje, temos quase 1,7 mil médicos cooperados e geramos 1,9 mil empregos diretos, além de milhares de postos de trabalho indiretos através da nossa rede de prestadores e fornecedores. A Unimed João Pessoa tem uma importância muito significativa no desenvolvimento econômico e social da Paraíba. Do ponto de vista da assistência à saúde, oferecemos aos clientes a maior rede de atendimento médico-hospitalar. São estabelecimentos credenciados e próprios como o Hospital Alberto Urquiza Wanderley, o Hospital Moacir Dantas, a Unidade Guarabira e o Núcleo de Atenção à Saúde – Sul. Os diferenciais são muitos. Além de oferecermos a maior rede de atendimento, podemos destacar o Espaço Viver Melhor, onde são desenvolvidos programas de promoção da saúde, e o Serviço de Assistência Domiciliar (SAD), que possibilita a desospitalização e, principalmente, a humanização no atendimento.

Como o senhor avalia o mercado de operadoras de saúde na Paraíba e principalmente em João Pessoa? Há espaços para mais planos de saúde? 

O segmento de saúde suplementar, em todo o país, enfrenta inúmeros desafios. Um deles diz respeito à judicialização da saúde, que ocorre quando o cliente não tem direito contratual a um procedimento, recorre à justiça e a operadora é obrigada a atendê-lo. Outra dificuldade vem da atualização regular da lista de procedimentos que as operadoras precisam cobrir, o chamado rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A cobertura é ampliada, mas os reajustes, limitados. Além dessas duas questões específicas da saúde suplementar, enfrentamos hoje a crise na economia. Temos trabalhado para superar esses desafios. Na Unimed João Pessoa, um ponto que conta a nosso favor é o fato de termos um planejamento estratégico bem estruturado, que nos possibilita uma visão em longo prazo de todo esse contexto e, consequentemente, a adoção das medidas que se fizerem necessárias com mais agilidade. Quanto a haver mais espaço para planos de saúde, é o mercado que determina isso. O que posso afirmar é que somos líderes nesse segmento na Paraíba.

A Unimed JP tem inaugurado alguns espaços para desafogar o atendimento do hospital central, a exemplo do núcleo do bairro dos Bancários’. Já existe previsão de ampliação de serviço da cooperativa em outros bairros?

Quando o cliente precisa de atendimento, a primeira opção que vem em mente, na maioria das vezes, é o Hospital Alberto Urquiza Wanderley. Isso acaba gerando uma demanda mais alta do que essa unidade é capaz de suprir e, muitas vezes, um desvio de seu perfil, que é a alta complexidade. Mas, nós oferecemos uma ampla rede credenciada, que inclui inúmeros hospitais, prontos-socorros, clínicas e laboratórios por toda a cidade. Então, para descentralizar o atendimento, vamos investir, cada vez mais, na rede credenciada. De forma complementar, também pretendemos abrir novos núcleos de atenção à saúde, como fizemos na Região Sul da Capital. Tudo isso sempre com muito planejamento e de acordo com as necessidades que forem apontadas pelo nosso Núcleo de Inteligência de Mercado.

Em que percentuais a crise econômica atingiu o setor médico da Paraíba e qual é a sua expectativa para esse e os próximos anos?

O setor médico sofre a crise na economia assim como qualquer outro setor. Na medida em que a população perde o poder aquisitivo, isso repercute em todos os ramos de negócios. Uma das nossas dificuldades específicas diz respeito à inflação do setor de saúde, que é muito superior à inflação oficial. Para se ter ideia, um estudo encomendado pela Confederação Nacional de Saúde (CNS) aponta que a inflação médica será de, pelo menos, 20% em 2016. Já a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a inflação oficial do país, é de 7,61%. Isso cria dificuldades imensas, pois os custos aumentam e a gente não pode repassá-los para os clientes, mesmo que a ANS autorizasse. As pessoas não estão com condições de pagar mais, pois a renda está apertada. Mas, temos nos planejado para que os efeitos da crise nos atinjam da menor forma possível. 

Como a Unimed JP fará para realizar a prestação de contas do seu trabalho desenvolvido à sociedade? 

Como cooperativa e como uma organização que adotou a governança corporativa como modelo de gestão, a Unimed João Pessoa tem a transparência como um de seus pilares administrativos. Para os médicos cooperados, temos o Canal Transparência, uma área de acesso restrito, onde disponibilizamos todas as informações de interesse desse público. Relatório de gestão, gastos com eventos, desempenho da Cooperativa… Está tudo nesse canal, que também conta com espaços para que os diferentes conselhos da Unimed JP publiquem as informações que considerarem relevantes para os cooperados. Também realizamos, trimestralmente, as reuniões de governança, onde apresentamos os resultados alcançados e discutimos o que fazer no caso daquelas metas que precisam de uma correção, entre outras iniciativas. No caso dos clientes, temos no Portal Unimed JP uma área de governança, onde disponibilizamos informações com foco na transparência, como o Relatório de Gestão. Além disso, existem os meios mais tradicionais, digamos assim, como a divulgação de notícias através dos nossos diversos meios de comunicação e o apoio importante da imprensa, que nos possibilita maior comunicação com os diferentes públicos.