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“Nossa missão é inspirar e revelar mulheres de atitude para o empreendedorismo por meio do empoderamento, engajamento e capacitação”

16 de agosto de 2016

Empoderamento feminino. A expressão está na moda mas, na Paraíba, ela é cheia de ação. Há cerca de quatro anos, empresárias paraibanas de diversos setores com o objetivo de se fortalecer como empresárias se juntaram e criaram o Fórum das Mulheres de Negócios (FMN). A entidade sem fins lucrativos foi formalizada no ano passado e tem o propósito de compartilhar experiências, trocar ideias e traçar metas rumo ao sucesso nos seus mercados de atuação.

Nesta semana, conversamos com exclusividade com a fundadora e presidente do Fórum, a administradora Pública e de Empresas e especialista em Política e Estratégia, Juliana Castro. “A última pesquisa GEM mostra a permanente tendência de crescimento do número de novos empreendedores, especialmente, as mulheres. Na maioria dos estados, os novos empreendedores são mulheres, exceto na Paraíba. Ou seja, o número de novas empreendedoras na Paraíba não acompanha o ritmo de outros estados. Na Paraíba, há mais novos empreendedores masculinos do que mulheres”, revelou Juliana que também é diretora da Elleven Consultoria, vice-presidente do Instituto Acuña – Pesquisa e Desenvolvimento e integral coach. 

Em 2016, o FMN avançou.  “O ano deve avançar com a realização de capacitações especiais, missões empresariais fora do País, parcerias com o grupo nacional Mulheres do Brasil, mentorias de grandes executivas do País, entre outras novidades. O Fórum deve ainda avançar no projeto de criação de um polo industrial – o primeiro no mundo liderado por mulheres”, acrescentou Juliana. 

Conheça mais do FMN na entrevista que segue.

Como funciona o FMN em sua composição? 

Existe desde 2012, mas foi  formalizado enquanto Associação em Junho de 2015. Nossa missão é inspirar e revelar mulheres de atitude para o empreendedorismo por meio do empoderamento, engajamento e capacitação, buscando excelência nos negócios e na sociedade. Nossa Associação congrega empresas e profissionais liberais, hoje temos 53 Associadas. Para ingressar basta ser mulher, profissional liberal ou empresária (constar no contrato social da empresa) e ter boa reputação e postura profissional e pessoal. As interessadas devem fazer um cadastro por meio de formulário eletrônico,  enviar foto e logomarca para a carteirinha, e enviar também currículo e breve relato de sua trajetória empreendedora, para compor o site, além de pagar a anuidade no valor de R$500.

Há quanto tempo a senhora está à frente da entidade e quais as principais metas e ações de sua gestão?

Me orgulho de ser a idealizadora deste modelo de rede de cooperação, e também uma das fundadoras junto com outras mulheres inspiradoras. Fui eleita presidente, junto com as demais membros da Diretoria, na Assembleia de constituição, em 2015, para um mandato de dois anos. Estamos desenvolvendo diversas atividades integradas visando firmar a identidade do grupo, definir conceitos, consolidar valores, desenhar processos e garantir resultados e benefícios às Associadas. O principal desafio é liderar um grupo de voluntárias, todas fortes lideres e extremamente exigentes. Temos conseguido grandes progressos em nossas ações e parceiras com Instituições públicas e privadas. Neste ano, fizemos o planejamento estratégico 2016-2020, com os eixos temáticos: Empoderamento das mulheres, empreendedorismo feminino e gestão. O foco é capacitar e empoderar as Associadas para que sejam mais competitivas num mercado cada vez mais desafiador. Quanto à gestão a pretensão é a profissionalização com foco em resultado e padronização de processos.

Como se comporta o  mercado de negócios femininos na Paraíba? 

A última pesquisa GEM mostra a permanente tendência de crescimento do número de novos empreendedores, especialmente, as mulheres. Na maioria dos estados, os novos empreendedores são mulheres, exceto na Paraíba. Ou seja, o número de novas empreendedoras na Paraíba não acompanha o ritmo de outros estados. Na Paraíba, há mais novos empreendedores masculinos do que mulheres. Participando de eventos de empreendedorismo percebo que os desafios das empreendedoras são os mesmos em todo Brasil. A única e essencial diferença está na responsabilidade das  demandas domésticas e familiar, ainda resquícios da cultura machista. 

Quais são hoje os principais gargalos para as empreendedoras e como o Fórum tem atuado para melhorar essa realidade na Paraíba?

Logística e Fornecedores são os principais gargalos. E nosso maior desafio que é a competitividade. Para seremos mais competitivas deve haver estimulo à inovação, redução de custos operacionais e tributários e novos modelos de negócios. Para isso o FMN oferece mentoria, rodadas de negócios, troca de experiências e de boas práticas entre as empresas associadas, promove participação de feiras e eventos e busca parcerias estratégicas.

Que tipos de auxílios o Fórum tem oferecido às associadas? 

Temos nossos encontros mensais e diversas atividades paralelas contínuas de acordo com as demandas das Associadas. Os benefícios garantidos às Associadas são  como clube de descontos, linhas de crédito, cursos de capacitação, palestras mensais, clube de leitura, banco de clientes, networking, rodada de negócios, carteirinha de participação, trabalhos sociais, entre outros. Temos Assessorias dedicadas a diversas esferas, como a busca de parcerias estratégicas e incentivos, responsabilidade das Assessorias de Relações Institucionais, de Negócios e de Projetos. O trabalho desenvolvido visa estreitar relações com Instituições públicas e privadas, incluindo instituições financeiras e de fomento. Fazemos parte do grupo Mulheres do Brasil, fundado por Luiza Helena Trajano, Magazine Luiza, o qual promove nossa interação com grandes executivas e empresarias de todo Brasil, incluindo a Rede Mulher Empreendedora de Ana Fontes. Além de interação com players locais como Sebrae, Abrasel, Associações, órgãos públicos e empresas privadas para ampliar a rede de influência e assegurar benefícios às Associadas.

Como o Fórum tem contribuído para o desenvolvimento da Paraíba?

Nossa principal contribuição está no fortalecimento das empresas  aumentando a produção e a competitividade, com isso garantindo crescimento econômico e social integrados por meio da geração de riquezas, ampliando a arrecadação e novos postos de emprego.

Como a senhora analisa as perspectivas do mercado para as mulheres paraibanas? 

Como todo empreendedor, sou uma eterna otimista. Acredito na força realizadora da mulher. A empreendedora quando decidi ter seu negócio ela se prepara mais em relação aos homens, em geral são empreendedoras de oportunidade, com isso há maior possibilidade de longevidade dos negócios liderados pelas mulheres. Cada vez mais cresce a entrância de mulheres no mundo dos negócios, na PB não é nem será diferente, por isso o FMN enfoca também o empoderamento feminino. As mulheres são tão autoexigentes que por vezes não se sentem capazes mesmo com um enorme potencial. Por isso o empoderamento é uma diretriz importante para despertar e revelar a mulher de atitude que em cada uma de nós e estimular as mulheres a empreenderem e serem protagonistas de suas vidas, pois o lugar da mulher é aonde ela quer estar. 

Algo mais a acrescentar aos nossos leitores e leitoras?

Por fim, quero mencionar o capitalismo humanizado. Atualmente, as pesquisas apontam a necessidade de um novo paradigma na cultura do mundo dos negócios, não há espaço ao velho conhecido capitalismo selvagem, aonde uns engolem os outros. O mundo despertou para a colaboração, cooperação, este olhar mais humanizado tem garantido crescimento sustentável aos negócios e garantiu a travessia de muitas gigantes em meio à crise econômica global. Nesta nova ambiência dos negócios as habilidades tidas como femininas são mais exigidas, tais como o cuidado, a acuidade aos detalhes, a priorização das relações e a busca de satisfação. Com esta tendência mundial, acredito que novas lideranças femininas irão surgir, especialmente as Mulheres de Negócios.