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“Os profissionais precisam estar sempre atualizados e são exatamente esses que sempre participam de congressos da área”

10 de novembro de 2016

Médicos de todo o País se reuniram em João Pessoa, entre os dias 2 e 5 deste mês de novembro, no XIX Congresso de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia, realizado no Centro de Convenções. Na oportunidade, cerca de 1.500 profissionais participantes, 90 professores do Brasil e três internacionais, além de se munirem de novos conhecimentos da área de atuação.

O Congresso realizado há cerca de 20 anos na Paraíba, e que este ano foi organizado pela Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia (ABPTGK), teve como ainda como seu objetivo maior capacitar esses profissionais para que haja a redução do câncer de colo de útero, de vulva, de vagina, além de capacitar no diagnóstico e tratamento preciso das lesões vulvares e das doenças sexualmente transmissíveis. 

O Paraíba Total esteve presente no evento e conversou com exclusividade com um dos palestrastes e presidente da ABPTGK, Jefferson Valença. O dirigente que também é médico de grande atuação da área em pauta, fez uma avaliação positiva do encontro, que segundo ele fui um sucesso de público e de conhecimento. Confira trechos da conversa.

Quais foram as suas primeiras impressões do Congresso? E como se deu a escolha pela Paraíba para realização do evento?

Eu acreditei muito nesse evento e a sugestão para trazê-lo para a Paraíba foi minha. E isso se deu quando vim aqui em um outro evento na Estação Ciência há uns três anos e achei bastante viável e interessante. Então, vimos que aqui teria sim como sediar um evento brasileiro como o nosso. Desse modo, lançamos o nome da Paraíba e tivemos uma assessoria do Convention Bureau e assim foi se construindo a ideia que hoje é uma realidade. E Ana Emília Lins (médica presidente da unidade estadual), mesmo sendo médica demonstrou-se uma grande produtora de eventos, auxiliada de bons profissionais daqui do Estado. A indústria farmacêutica também se sensibilizou, bem como o Ministério da Saúde no setor de DST/AIDS. E essa boa impressão tem sido geral, principalmente para o público congressista que já veio sabendo que estariam em um evento preparado com todo o cuidado e riqueza de detalhes. Em termo de conteúdo científico, também trouxemos os melhores professores e especialistas e pesquisa do País e três convidados internacionais renomados para enriquecer ainda mais o encontro. Em resumo, o evento atendeu bem as nossas expectativas.

Em relação à atuação da Paraíba, o que o senhor destacaria desse encontro em relação aos eventos realizados em outros estados?

A Paraíba havia sediado um evento há 22 anos, ou seja em 1994, e já naquela época foi realizado um grande congresso da área, mesmo naquela época tempo um menor oportunidade de participação e também não havia bons locais para sua acomodação, e ainda foi bem prestigiado. E hoje, que contamos com uma boa estrutura, maior e moderna do Centro de Convenções, onde temos condições de receber até o dobro ou o triplo dos que recebemo, um recorde de inscritos.  E o evento em si, garantiu o aprimoramento e a reciclagem dos profissionais da área.  

No setor da ginecologia, os médicos tem percebido que as mulheres são mais conscientes em relação a importância da realização de certos exames preventivos e de vacinas ou isso ainda é um desafio dentro dos consultórios?

A mulher é sim mais cuidadosa. A gente observa que é mais comum a mulher ir ao ginecologista do que o homem ir ao urologista. Entretanto é uma procura um pouco viciosa. Ou seja, são sempre as mesmas mulheres. Desse modo existe um público bem rastreado e outro que não. E em termo de saúde pública, o ideal é que mesmo que se vá menos, mas que todas procurem alguma assistência. 

Em relação às novas técnicas, pacientes e profissionais estão hoje mais informados para trocarem esses conhecimentos?

Na verdade, no geral dos pacientes são casos e casos, onde algumas delas até são bem informadas, mas nem sempre são cuidadosas.  E se comparadas aos homens, certamente sim, estão mais antenadas e são mais cuidadosas. Já no caso dos profissionais precisam e devem estar sempre atualizados e são exatamente esses que sempre participam de congressos e eventos da nossa área. Agora, se comparamos o número de profissionais da área da região existentes, com os que vieram a esse evento, observamos que muitos deles deveriam estar aqui. Esse número até se multiplicaria certamente. 

Quais os principais assuntos tratados nesse encontro?

Na verdade foi uma gama de informações, tratados em três grandes auditórios em quatro dias do encontro. São assuntos dos mais variados e até que se repetem, o que é bom pois a repetição nesse caso favorece o aprendizado, abrangendo toda as partes do aparelho genital feminino e o canal anal, inclusive com cursos de diagnósticos e tratamento anais, de doenças sexualmente transmissíveis e de boas práticas em pesquisas científicas. Tivemos também cursos preparatórios para obtenção do título de qualificação em Patologia do Trato Genital Inferior, com provas teóricas e teóricas-práticas no último dia do evento.

Algo mais a acrescentar ao público do Paraíba Total?

Apenas dizer que fiquei muito feliz com a participação do público médico local. Agora, sentimos um pouco, em função da grandeza desse evento, a falta de apoio do Poder Público Estadual, já que a Secretária de Saúde e Governo do Estado foram procurados e nem sequer fomos recebidos. Tivemos o apoio e atenção do Ministério da Saúde, um órgão nacional e nenhum apoio do Estado. Um evento de grande porte, sediado na Paraíba e que trouxe um ganho para o Estado. Lamentável.