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“O momento é de unidade para lutar contra a falta de políticas de desenvolvimento e reformas que ameaçam os direitos do trabalhador”

10 de março de 2017

Durante essa quinta-feira (9), foi realizado em João Pessoa o Congresso Estadual da Força Sindical na Paraíba, no Centro de Turismo e Lazer – Sesc Cabo Branco. O encontro, que vem sendo realizado nos 27 estados brasileiros, já ocorreu recentemente, nos estados vizinhos de Pernambuco, Alagoas, Maranhão e Rio Grande do Norte.

Um dos principais palestrantes do evento na capital paraibana foi o vice-presidente da Força Sindical Nacional, Miguel Torres, que também é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, além da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos. 

Em entrevista exclusiva ao Paraíba Total, o dirigente falou da sua expectativa para o encontro e do seu ponto de vista a respeito dos principais temas debatidos na oportunidade, a exemplo da Ação Sindical para os próximos quatro anos, das reformas da Previdência Social e Trabalhista, além da conjuntura econômica. 

Ele ainda destacou a importância da discussão e de um posicionamento efetivo sobre estas três diretrizes, por parte das entidades que representa, além da criação de um calendário de ações. “Precisamos criar uma mobilização pelo país contra as propostas do Governo Federal em retirar os direitos dos trabalhadores”, disse o ativista que começou a trabalhar na área metalúrgica aos 14 anos e que desde 1979, esteve sempre à frente nas lutas e conquistas do setor que representa.

Confira os detalhes da conversa: 

É a primeira vez que você vem à Paraíba? Qual o objetivo maior dessa sua vinda?

Não, já estive na Paraíba há alguns anos atrás. E o motivo da minha volta agora é para participar do Congresso Estadual da Força Sindical, um importante espaço de discussão da nossa sociedade sobre a garantia dos direitos dos trabalhadores que estão sendo ameaçados. 

Qual a sua expectativa para o Congresso Estadual da Força Sindical na Paraíba? 

Minha expectativa é de muita unidade entre os trabalhadores, fortalecendo a luta, além de fomentar a buscar por saídas dessa problemática em que já vive e que tende a piorar a classe trabalhadora.

Este encontro será realizado nos 27 estados do país. Qual foi o critério de escolha para a realização do mesmo na capital paraibana?

Sim, o evento será realizado em todos os estados e o critério foi escolhido pela direção estadual, para assim disseminarmos nossa pauta de discussão junto à sociedade brasileira. E a capital paraibana não poderia ficar de fora, por toda a sua importância no contexto socioeconômico e político. 

Quais são hoje os principais gargalos do setor sindical? Quais seriam as saídas indicadas para esse segmento?

O alto nível de desemprego que o país está passando, a falta de uma política de desenvolvimento nacional com geração de empregos e a luta contra as reformas da previdência e trabalhista que ameaçam os direitos dos trabalhadores, são hoje, sem dúvidas os maiores entraves. As soluções, as saídas, essas discutiremos junto com os trabalhadores e a sociedade civil em geral nesse e nos demais encontros pelo País, para assim, encontramos os mecanismos certos de lutar contra esse retrocesso que nos ameaça.

Como o senhor vê as mudanças para a aposentadoria do trabalhador brasileiro, caso seja aprovada o atual texto da Minirreforma Previdenciária?

Vejo como totalmente contra os trabalhadores. Antes de falar de reforma, o governo deveria fazer um amplo debate com a sociedade, fazer com que todos contribuam.

Já há algo planejado para 2017 por parte da sua entidade para discutir não só as reformas da Previdência Social e Trabalhista e a real conjuntura econômica do País?

Já apresentamos diversas propostas para a retomada do crescimento junto aos setores empresariais e o governo não deu a mínima, lamentavelmente. Mas, temos que nos movimentar!

Como está o mercado de trabalho brasileiro? E no seu ponto de vista a situação da Paraíba está melhor, igual ou pior aos demais estados? Ainda há necessidade de mais concursos?

O grande problema para a sociedade hoje é sim o desemprego que está generalizado. Aqui certamente não é diferente. E concursos são sempre bem-vindos sim.

A falta de mão-de-obra especializada continua sendo uma problemática vigente?

Certamente. Mas, na verdade o que falta ao trabalhador brasileiro é um programa forte de qualificação profissional para o nosso País.

Qual seria a sua sugestão para os poderes públicos para aquecer a economia brasileira e fomentar o mercado de trabalho nessa época de crise?

Sem dúvida investimento na infraestrutura seria uma ótima alternativa, mas, também, a criação e implementação de um programa de sustentabilidade veicular, com certeza seria um outro caminho viável.

Qual a principal mensagem que você pretende deixar aos trabalhadores paraibanos?  

A minha mensagem de reflexão é que o momento é de muita unidade dos trabalhadores para conter os ataques aos nossos direitos.

Algo mais a acrescentar aos leitores do Paraíba Total?

Vamos cobrar dos políticos em quem votamos que respeitem os direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras. Precisamos criar uma mobilização pelo país contra as propostas do Governo Federal em retirar os direitos dos trabalhadores.