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“Daremos atenção aos campi de interior, com grupos de pesquisas consolidados, e que ainda não tiveram oportunidades para desenvolver suas regiões”

8 de maio de 2017

Sem fins lucrativos e voltada para o avanço científico e tecnológico do Estado, a Fundação Parque Tecnológico da Paraíba – Fundação PaqTcPB, é uma instituição criada em 1984, entre os quatro primeiros parques tecnológicos do país. Ao longo dos anos, ela tem sido uma espécie de pilar, para dar suporte a projetos e programas do setor de Ciência, Tecnologia e Inovação, para instituições de pesquisa e desenvolvimento, de ensino superior, órgãos de governo, empresas privadas, empreendimentos nascentes inovadores.

Pela primeira vez, desde a sua criação, a Fundação PaqTcPB (http://www.paqtc.org.br) passou a ter este ano, seu diretor geral, um docente oriundo da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), o professor Francisco Jaime Bezerra Mendonça Júnior, eleito por unanimidade pelo Conselho Diretor da Fundação para compor a nova diretoria executiva do quadriênio 2017/2020. Em entrevista exclusiva ao Paraíba Total, Francisco Jaime, contou quais são as suas metas de trabalho para expandir as ações da instituição nas demais localidades do Estado.

“Nossa gestão pretende dar uma atenção aos campi de interior que já têm grupos de pesquisas bem consolidados e que ainda não tiveram as devidas oportunidades para desenvolver suas micro e pequenas regiões, uma vez que as demais regiões que envolvem os campi sedes, já estão bem adiante”, destacou Jaime que é Farmacêutico, com mestrado e doutorado na área de Síntese e Planejamento de Fármacos, além de orientador de pesquisas e  autor e coautor de mais de 40 artigos científicos e inventor com 13 pedidos de patentes depositadas no INPI (BR) e um PCT.

Com diversos projetos aprovados em órgãos de fomento e atuando na área da Química Medicinal e Orgânica, Jaime reforçou que vai instigar cada vez mais a missão da instituição que é a promoção do empreendedorismo inovador no Estado da Paraíba, apoiando a criação e crescimento de empresas de base tecnológica e de empreendimentos sociais, através da apropriação dos conhecimentos e tecnologias geradas nas Instituições de P&D e da inserção de produtos, serviços e processos no mercado – inclusive no exterior – contribuindo para o desenvolvimento do país.

Confira os detalhes da entrevista:

Desde quando o senhor está à frente da entidade e quais os diferenciais de sua gestão?

Eu assumi a gestão desde o último dia 02 de janeiro desse ano. E já passei pelo verdadeiro turbilhão dos primeiros 90 dias, que é quando de fato a pessoa começa a interagir com todos e com os projetos e de todos os processos que já estavam em andamento. E assim se começa a visualizar aonde de fato você está, e aonde você pode fazer e agir. Daí então, é que tomei pé e consciência do tamanho real e da importância do Parque Tecnológico do nosso Estado.

Você antes de assumir já tinha alguma ligação direta com o Parque Tecnológico?

Sim. Anteriormente, eu já operacionalizava o parque através de um projeto e fui coordenador do projeto CTI de infraestrutura junto à Universidade Estadual da Paraíba coordenado pelo parque que foi contrato para gerenciar esse e outros projetos. E nesse processo, a minha relação era como se fosse um usuário da universidade no parque para fazer contratação de serviços, para instalação, dentre outros.

O que já podemos esperar da sua gestão, bem como dos projetos como o OTCG?

Na verdade, o ITCG é a incubadora tecnológica de Campina Grande e preciso entender que a fundação tem dois braços de apoio. Um deles é a fundação de apoio, que é exatamente a interveniência entre projetos e apresentação de cursos para gerir os projetos das instituições de ensino e tem um segundo principal braço de inovação e empreendedorismo que é o ITCG que toca conta disso. Então, a principal extinção do ITCG é intensificar ideias inovadoras, que pode ser pessoas com ideias inovadoras, mas ele ainda não pode ter recursos e nem ferramentas para que garantir condições para que aquela ideia possa ser transformada em ideia e serviços que vai poder ser comercializado, que possa gerar u negócio. Desse modo, abrimos espaço para que as pessoas apresentem suas ideias e depois selecionamos as com maior potencial, selecionamos a empresas, as incubamos para seu desenvolvimento e ainda damos todo um suporte de três a quatro anos para que ela se capacite e comece a andar por conta própria. Além disse ainda fazemos o plano de negócio e ensinamos a captarem recursos. Ou seja, criamos essas startups, encubamos e depois deixamos que elas busquem seus rumos.

Existem outros parceiros nesse processo? Quem são eles?

Sim, temos sim. Eles são os mais variados. Contudo temos uns mais antigos e fieis, que o Sebrae-PB, as universidades, a Federação das Indústrias, a prefeitura municipal de Campina Grande, o Estado, por meio da Secretaria de Ciência e tecnologia, além de órgãos de fomento de um modo geral. 

Dentre as ideias geniais que lá chegam, tem alguma que o senhor gostaria de destacar?

Na verdade sempre temos ideias ótimas, mas das atuais encubadas não podemos adiantar, já que o segredo é a garantia do sucesso do negócio. Mas o que posse dizer é que temos e aceitamos boas ideias de todos os perfis.

Que tipo de empresas mais procuram o Parque Tecnológico?

A maioria das empresas que nos procura são as empresa de softwares e hardwares, mas temos outras que atuam no segmento de energia, que trabalham com a otimização de energia de rede elétrica, além da área de cultura e meio-ambiente, como produtos reciclados, mas de alto valor agregado, além de outras que tratam de saúde, na produção de próteses, na agricultura familiar, que é acompanhada pelo outro braço de apoio.

Como se dá o sustento do Parque e o financiamento dos projetos?

O parque se sustenta através da interveniência de projetos, temos uma taxa de cada projeto acompanhado, administrado por nós. Agora é importante afirmar que por mais que seja uma instituição privada, nós trabalhamos sem fins lucrativos, e o que entra é para pagar os nossos funcionários e a manutenção das nossas ações. Pois, como não temos caixa e nem receitam o que acontece é que a cada projeto nós verificamos a sua área para buscarmos o parceiros financiador especifico para ele, seja junto à secretarias de governo, a ministérios, que lançam editais nas mais variadas linhas, bem como ainda junto à esfera municipal e órgãos do setor público e privado.

E como é realizada a divulgação e disseminação de tudo que é desenvolvido no parque? E como você inovará esse trabalho?

Bom, participamos de todas as ações de incentivo à iniciação científica, das semanas universitárias, agente patrocina, damos palestras, para assim também buscarmos essas pessoas empreendedoras, e isso flui bastante nas universidades, ponde já existe uma certa estrutura de apoio.  

A área de tecnologia da informação está bem desenvolvida e até por conta da minha formação na área de saúde, acredito que buscaremos, oi pelo menos tentaremos aumentar nosso portfólio de saúde. E outra coisa seria dar uma atenção aos campi de interior, já que ainda damos muito atenção aos campi sede, e sabemos que nos interiores do nosso estado também precisam. Como por exemplo, nos campi da UEPB têm grupos de pesquisas bem consolidados e que ainda não tiveram as devidas oportunidades para desenvolver suas micro e pequenas regiões, já que as demais regiões já estão bem adiante.