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“Será um ambiente propício para mostrar investimentos e promover a sinergia entre academia, agentes do setor elétrico e indústria”

2 de agosto de 2017

Entre os próximos dias
2 e 4 de agosto de 2017, João Pessoa será a sede do mais importante encontro de
inovação, pesquisa, desenvolvimento e eficiência do setor energético do País. O
Citenel+Seenel acontecerá no Centro de Convenções da Capital paraibana.

O IX Congresso em
Inovação Tecnológica em Energia Elétrica (CITENEL) e o V Seminário Eficiência
Energética do Setor Elétrico (SEENEL) são de realização da Aneel (Agência
Nacional de Energia Elétrica), organização da Energisa PB e produção da SETES
Produções. O evento acontece a cada biênio e a edição deste ano tem como tema
“Inovação e Integração: Respostas Locais para Barreiras Globais”. São esperados
mais de 10 mil visitantes, 1.200 congressistas e a participação de diversos
países. 

Em entrevista ao Paraíba Total, o diretor da Aneel,
André Pepitone da Nóbrega, falou sobre a
sua expectativa e os destaques para a realização do evento em João Pessoa. “O
Citenel+Seenel será um ambiente propício para mostrar investimentos realizados
e ainda promover a sinergia entre a academia, os agentes do setor elétrico e a
indústria”, disse André Pepitone, que também é paraibano, nascido na cidade de Pombal.

Confira os
detalhes da entrevista: 

Qual a expectativa
para a realização do CITENEL e o SEENEL em João Pessoa?

Nossa expectativa
é de pleno êxito. Já contamos com mais de 1.100 participantes inscritos, das
mais diversas localidades. Os Agentes que atuam no Setor Elétrico brasileiro
têm a obrigação de aplicar percentual mínimo da receita operacional líquida em
programas de pesquisa e desenvolvimento e eficiência energética. Essa obrigação
se transforma em um valor que chega à casa de 1 bilhão de reais/ano.  A
magnitude desse investimento se reverte em bens e serviços mais competitivos,
mais elaborados e com alto valor agregado, beneficiando a população brasileira
e inserindo o País no concerto das nações mais desenvolvidas. Logo, os dois
eventos são essenciais para que as empresas de energia elétrica prestem contas
aos consumidores do que está sendo feito com esse valor arrecadado e também,
apresentem as inovações tecnológicas realizadas, além de possibilitarem
ambiente propício para promover a sinergia entre a academia, os agentes do
Setor Elétrico e a indústria.

Por que a capital
paraibana foi a escolhida para sediar o maior evento de energia elétrica do
País?

A escolha da
capital paraibana para sediar o IX CITENEL e o V SEENEL deu-se em função de
três principais fatores: primeiro, pelo fato do crescimento da importância não
só do Estado, mas de toda a região Nordeste como polo tecnológico, de grande
potencial em geração de energias renováveis, somado à vocação hospitaleira de
João Pessoa e de seu novo e belíssimo Centro de Convenções. Segundo, pelo
reconhecimento ao pioneirismo do estado da Paraíba quando o assunto é inovação,
recordo o fato de que na década de 70 a UFPB, atuando de maneira revolucionária
para a realidade científica do País naquela época, montou o Laboratório de
Energia Solar, quando naquele momento essa fonte ainda era aposta tecnológica.
Não podemos perder de vista, também, os encantos naturais da Paraíba, que foram
considerados na decisão, como fator de atratividade dos congressistas.

Como a Aneel
analisa o cenário de potencialidades e aproveitamento deste setor no Brasil?

O setor de energia
elétrica é, com certeza, um dos que apresenta maior atratividade aos
empreendedores, independentemente de fatores conjunturais. Prova disso são os
bens sucedidos leilões de linhas de transmissão e de geração que, nos últimos
anos, aportaram significativos investimentos nacionais e estrangeiros em obras,
manutenção e operação de instalações. Além do sucesso dos leilões, desde abril
de 2012, com a Resolução Aneel no 482, o consumidor brasileiro pode gerar sua
própria energia elétrica a partir de fontes renováveis e fornecer o excedente
para sua rede de distribuição. A geração distribuída é uma prática na qual
consumidores, agentes do setor e meio ambiente saem vencedores. Ganha, por fim,
a sociedade, num mundo em que a energia é indispensável, e a sua utilização com
responsabilidade social é uma obrigação de toda e qualquer nação. Hoje, no
Brasil, mais de 12 mil micro e minigeradores se beneficiam dessa modalidade –
cerca de uma centena deles, na Paraíba.

Quais os ganhos de
um evento deste porte para o País, em termos de inovações e novidades em
energia elétrica? E para a Paraíba? Quais legados o evento deverá deixar?

Como sugere o tema
que pauta os eventos, “Inovação e Integração: Respostas Locais a Barreiras
Globais”, nós esperamos que soluções inovadoras possam ser consolidadas
nacional e regionalmente, em prol do desenvolvimento do setor elétrico e da
sociedade. Esta edição do CITENEL e do SEENEL traz uma Mostra de Exibição de
Produtos que demonstram as realizações dos programas de P&D e Eficiência
Energética regulados pela ANEEL – composta de protótipos, simuladores, maquetes
e vídeos, entre outros produtos. Serão exibidos 174 produtos de resultados
tangíveis dos projetos de P&D e EE, compondo um acervo técnico de
resultados dos programas executados pelas empresas e passíveis de
desenvolvimento futuro e de inserção no mercado e na indústria, além da
formação de competências nas universidades e nas próprias empresas.

O que podemos
destacar como principais desafios no setor em nosso País?

Não são poucos os
desafios atuais da Aneel e do próprio setor elétrico brasileiro. Ao mesmo tempo
em que se busca ampliar a qualidade dos serviços prestados pelas empresas, a
sustentabilidade das concessões deve ser preservada de forma a equilibrar os
investimentos realizados pelos empreendedores com a modicidade das tarifas
oferecidas aos consumidores. O modelo do setor elétrico brasileiro passa, neste
momento, por uma consulta pública do Ministério de Minas e Energia que contará
com a contribuição formal da Aneel no sentido de propor mecanismos que permitam
conjugar o desenvolvimento setorial com um ambiente cada vez mais sustentável.
Certamente, já se pode afirmar que uma matriz de geração de energia elétrica
composta por fontes limpas e renováveis está entre os avanços esperados para os
próximos anos.

Qual a importância
da atuação da Aneel como reguladora e fiscalizadora de energia?

A Aneel foi
instituída com o objetivo de estimular o desenvolvimento do mercado de energia
elétrica no Brasil, com equilíbrio entre os interesses do Estado, da sociedade
e dos agentes de geração, transmissão, distribuição e comercialização de
energia. Com transparência e foco no interesse público, a agência reguladora é
ponto de equilíbrio entre consumidores, investidores e governo. Especificamente
no que tange à inovação, compete à Aneel regulamentar os investimentos em
P&D e Eficiência Energética, bem como cria condições favoráveis para o seu
avanço no setor, pois como diria Jeremy Rifkin, em A terceira Revolução
Industrial – A inovação irá impactar tão significativamente as nações no século
XXI quanto a Primeira Revolução Industrial o fez no século XIX.