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“Sobre empreendedorismo feminino, existem inúmeras iniciativas em incubadoras, aceleradoras e entidades privadas e públicas dispostas a lutar conosco”

15 de outubro de 2018


Em um cenário onde a população está envelhecendo – hoje temos cerca de 30 milhões de brasileiros acima de 60 anos  – e todos estão cada vez mais interdependentes das tecnologias da informação,  a paraibana Carolina Candeia teve uma ótima ideia. Sócia da SOL – Saúde On Life, junto com a sócia Cláudia Verbena, ela criou um produto inovador e “Made in PB”. É o  WatchIn, o novo serviço de inteligência na saúde, que foi finalista nacional pela Fundação Getúlio Vargas no programa de aceleração. 

O serviço, que funciona por meio de um relógio inteligente, oferece uma série de benefícios para os usuários. O maior deles é a prevenção de doenças e agravos da saúde. O WatchIn pode monitorar queda, insônia e até mesmo o uso correto de medicação, enviando notificações na hora de tomá-la ou avisando aos profissionais de saúde sobre possíveis alterações nos batimentos cardíacos, na pressão arterial, e em outros aspectos relevantes. 

Na entrevista que segue, a empresária Carolina Candeia conta um pouco mais sobre a ideia do  WatchIn e sobre sua leitura sobre o empreendedorismo, a saúde e a tecnologia. 

Como foi participar do programa de aceleração do Itaú, sendo mulher, paraibana, inovadora e empreendedora? 

Considero um momento único na minha vida, como pessoa, profissional e empreendedora. Senti como se um mundo novo se revelasse diante dos meus olhos, não apenas pelos conteúdos e ferramentas oferecidas pela Fundação Getúlio Vargas, mas principalmente pela oportunidade privilegiada de ter convivido e aprendido ao lado de outras 29 mulheres extraordinárias.

Por que focar seu negócio no segmento de saúde e idosos? 

Graduei-me em Odontologia pela Universidade Federal da Paraíba e já no início da profissão me identifiquei com a saúde pública. O SUS foi uma grande escola. Aprendi a transitar em todas as vertentes da área da saúde e trabalhar as vertentes da interdisciplinaridade. Empreender nesta área acabou sendo muito natural.

Como está o desempenho e a aceitação do WatchIn, desde a sua criação há dois meses?

A melhor possível. Primeiro, porque atuamos numa dor real da sociedade. Nossa população está envelhecendo, isto é fato. Hoje temos cerca de 30 milhões de brasileiros acima de 60 anos, onde 70% destes, apresentam pelo menos uma doença crônica de base.    Segundo, porque a transformação digital do mercado, mesmo em áreas tão tradicionais como a saúde, é imperativa. Terceiro, porque nossa proposta é somar somar todo o conhecimento dos profissionais adquirido na academia ao imenso potencial das inteligências artificiais. 

Como inspirar mulheres empreendedoras e inovadoras como você? De que forma governo/ entidades/ personalidades/ instituições/ empresas podem motivar esse movimento? 

Empreender no nosso país não é tarefa fácil. Temos processos extremamente burocráticos que não facilitam em nada a vida dos empreendedores, sobretudo das mulheres. Mas, não estamos sós. Existem inúmeras iniciativas em incubadoras, aceleradoras e entidades privadas e públicas dispostas a lutar conosco. Isso é revigorante. Nestes locais temos a disposição informações, conhecimento, troca de experiências, além de muita orientação para o sucesso do negócio. Se pudesse dar um conselho diria: “estude, trabalhe e escute muito”.

Como é sua leitura sobre a Paraíba em relação ao mercado de tecnologia e start us, por exemplo?

Apesar de iniciativas primorosas como por exemplo o programa StartPB do Sebrae, ainda considero nosso ecossistema bem embrionário. Sinto falta de espaços colaborativos, onde possa haver maior integração e troca entre todos os players do mercado, seja mentores, empreendedores, investidores  e fornecedores.