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“A quantidade de pessoas que quer passar em medicina é enorme, mas querer não é poder, tem que ter força de vontade, disciplina, foco”

31 de janeiro de 2020

Educação de qualidade é o primeiro
passo para uma aprovação e de aprovação o Over Colégio e Curso entende perfeitamente.
A escola que foi fundada pelo Professor Carlos André Cavalcante, começou com
aulas particulares e a mais de 20 anos é líder em aprovação. Ele é formado em
Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e leciona a mesma disciplina,
é dono do Colégio e Cursos Over, com unidades em Natal, Mossoró e João Pessoa,
com cerca de quatro mil alunos e índices de desempenho excelentes no IDEB –
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Filho de militar e estudante do
Colégio Militar, implantou um regime de dedicação total ao estudo para obter
excelentes resultados de seus alunos. Na entrevista Carlos André falou um pouco
sobre o início do Over e sobre os ideais da escola. Confira na íntegra:

Você tem uma escola e curso famosos por
índices de aprovação nas melhores universidades. Como tudo começou?

Eu sempre fui um aluno muito bom,
nunca errei nenhuma questão de matemática, fiz quatro vestibulares e fui
primeiro lugar em três. Minha família era de classe média baixa, e pela
filosofia do meu pai, que era militar, a gente nunca pegava em dinheiro. Quando
minha família estava mais folgada, minha mãe ia na escola e comprava o lanche,
não dava o dinheiro pra gente. Eu comecei a precisar de dinheiro na
adolescência e um vizinho me deu a dica de dar aula particular.

Com quantos anos isso
aconteceu?

Com dezesseis anos. Eu dava aula
de todas as disciplinas. Dava aula na cozinha da minha casa, e fui tomando a
casa com os meus alunos de História, um grupo de Matemática, mais um de Física,
e por aí vai. Dava aula simultaneamente, só não dei aula no quarto da minha
mãe. Fiquei famoso, as pessoas ligavam e diziam: “Quero uma aula de Química
agora”. Eu dizia: “Vem” Comprei um carro com o dinheiro de aulas particulares e
fiquei muito conhecido. Aí resolvi abrir um cursinho de Física, minha matéria
preferida, o Overdose de Física, que rapidamente teve mil e duzentos alunos, e
depois lançamos o Overdose de Matemática, História, Química, Geografia, e uns
seis anos depois, virou um cursinho completo. Com dez anos viramos um colégio,
o Over, com cerca de quatro mil alunos. É legal, porque foi uma escola que
começou na cozinha da casa da minha mãe.

Qual a expectativa com o aluno
de João Pessoa?

Aqui em João Pessoa nós seremos
apenas cursinho, mas mesmo assim, nosso perfil é fazermos muitas provas, de
quinze em quinze dias. Criar essa cultura não é fácil porque é realmente muito
puxado, o aluno tem que abdicar do lazer, dos almoços com a família… mas
acreditamos que João Pessoa tem muito aluno bom, muita gente que quer Medicina,
que é o curso mais difícil.

Sinto que as pessoas não
valorizam tanto o estudo como antes…

Às vezes atraímos pessoas que têm condições
financeiras, mas não valorizam a educação, não gostam de investir na educação
dos filhos, preferem gastar numa viagem à Disney, e acha caro um cursinho bom,
reclama. Enquanto em outros países é exatamente o contrário é difícil fazer as
pessoas acreditarem que só com muita dedicação aos estudos a pessoa vai evoluir
na escala social. E o aluno e o pai têm que entender que não é só assistir
aula. As matérias de cálculo, principalmente, cerca de setenta por cento da
aprovação é fruto de estudo em casa, é estudo sozinho. Investimos em cabines de
estudos para que o aluno possa ficar aqui no cursinho o dia inteiro estudando,
depois das aulas, e aqui tem monitor, tem assessoria. O resultado não é só
aula. Na nossa primeira palestra com o aluno, que eu chamo de doutrinação,
explicamos como o cérebro aprende. Querer todo mundo quer, a quantidade de
pessoas que quer passar em medicina é enorme, mas poucos conseguem. Querer não
é poder, tem que ter força de vontade, disciplina, foco.

Quais os problemas da educação
no Brasil?

O professor no Brasil ganha muito
mal. Para nós, o professor é como os melhores jogadores de futebol, são
estrelas e tem que ser muito bem tratados. Nós fazemos o que o país não faz. O
país não investe no professor. Enquanto isso não acontecer, não sai do lugar.
Na última estatística, faltam 85 mil professores de Matemática, Física e
Química no Brasil. Os professores de Geografia estão dando aula de Matemática.
Nós elegemos os três melhores professores de todas as matérias e convidamos pra
cá, e conseguimos os melhores, número um de cada matéria, como o professor João
de Oliveira, Natália Andrade, Gustavo Sena, reunimos professores excelentes num
só ambiente pela primeira vez e misturamos com os nossos melhores. É a seleção
de João Pessoa com a de Natal.

Tem muitas reformas
necessárias em curso, não é?

Sim, em breve o Brasil vai passar
por duas reformas muito importantes, entre elas, a Base Nacional Curricular,
que vai ser implementada e vai enxugar o programa de educação brasileiro. Na
prova do PISA, no teste de conhecimento, o Brasil ocupa os piores lugares,
perto de países africanos. O aluno brasileiro tem que tentar aprender 50
tópicos e o finlandês, cuja educação é modelo no mundo, estuda seis, por
exemplo, muito menos conteúdo do que o brasileiro. Mas ele aprende mesmo e o
brasileiro, não. Finalmente o país vai enxugar esses conteúdos e acho que será
uma evolução para aprender de verdade. Quantidade não é qualidade. As mudanças
já estão sendo discutidas há mais de vinte anos. Há muitas mudanças a serem
feitas. A reforma do Ensino Médio também deverá ocorrer em breve. Se eu vou
fazer um curso na área de Humanas, escolho só estudar o básico de matemática,
química e física. Alunos podem ser da mesma turma, mas com interesses
diferentes.