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Paraíba salva abelhas na seca com alimentação artificial

19 de novembro de 2013

O xarope de água com açúcar é uma fonte de energia para seres vivos como as abelhas. Por isso, a solução e outras técnicas para adquirir não só energia, mas proteínas, estão sendo utilizadas para manter a apicultura na Paraíba. Essas e muitas outras saídas para o período de estiagem serão passadas durante o 3º Congresso Nordestino de Apicultura e Meliponicultura, que será realizado em Campina Grande, a partir desta quarta-feira (20) até sexta-feira (22).

De acordo com o gestor do projeto de Desenvolvimento Setorial do Agronegócio do Sebrae, Fabrício Vitorino, outra experiência que tem gerado resultados positivos com os apicultores, principalmente os da Várzea de Sousa, é a verticalização de colmeias, a novidade do Congresso este ano. “É um manejo de alta produtividade que está sendo difundido na Paraíba. O método foi trazido de Cuba, há um ano, para o Sertão. Quem segue as orientações, está lucrando e não perde abelhas”, disse.

A dificuldade durante a seca, para a abelha, é achar floradas, alimentos dos mais puros para viver. “Conseguimos socorrer as abelhas utilizando alimentação artificial, que é constituída de uma parte de energia, como o xarope de água com açúcar, e de proteína, como o farelo de soja ou trigo”, ressaltou Fabrício. Ele explicou que os apicultores atendidos pelo Sebrae foram capacitados e são acompanhados por um consultor especialista em apicultura.

Esse procedimento garantirá a manutenção dos enxames nesse período, preparando-os para o início da florada na Estação seguinte. “Os apicultores que adotaram esses procedimentos tiveram uma perda bem menor do que aqueles que não adotaram. O Congresso ensina essas práticas, passa informações construtivas. É um intercâmbio interessante para o apicultor, a troca de ideias e os conhecimentos adquiridos durante um evento desse porte”, falou o gestor.

Durante as 15 clínicas tecnológicas, o participante terá informações diversas. Como criar abelhas, o que fazer para melhorar a criação, aumentar a produtividade, associativismo e cooperativismo são alguns dos temas. O Congresso abordará ainda as questões mais técnicas, como gestão, estratégias, técnicas para melhoria da produtividade de abelhas com ferrão e sem ferrão, diversidade de produtos apícolas, entre outros.

Os realizadores do evento são o governo do Estado, Federação Paraibana dos Apicultores e Meliponicultores (FEPAM), Sebrae Paraíba e União Nordestina de Apicultores e Meliponicultores (Unamel). Os apoiadores são Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), prefeituras de Campina Grande, São José dos Cordeiros e Matinhas, Faepa/Senar, Emepa Paraíba, Banco do Nordeste, entre outros.

Cooperativismo – Segundo a Federação Paraibana dos Apicultores e Meliponicultores (FEPAM), A Paraíba possui em torno de 50 associações de apicultores. No entanto, apenas 22 estão filiadas à federação e há ainda quatro cooperativas, localizadas nos municípios de Salgado de São Félix, Bananeiras, Catolé do Rocha e Triunfo.

Em anos normais de chuvas a produção da Paraíba chega a 400 toneladas, mas devido à última seca, esta produção caiu em 60%. A grande parte da produção vai para as mãos dos atravessadores e a outra parte é absorvida pela Conab, para distribuir na merenda escolar.

Fabrício explicou que o associativismo e o cooperativismo fazem parte da base da cadeia produtiva. “É primordial que este elo esteja sempre fortalecido para que os pequenos apicultores possam vencer os desafios impostos pela atividade e pelo mercado. Ainda é algo que precisa melhorar, mas, para isso, é necessária a priorização da atividade pelos produtores”, concluiu.

Sustentável – A sustentabilidade é um dos temas do Congresso deste ano. “A atividade apícola já contribui de forma efetiva para a preservação do meio ambiente. Para que uma atividade se torne sustentável, é preciso que a mesma contemple um tripé: ser ambientalmente correta, não agredindo o meio ambiente para obter a sua produção, ser economicamente viável e socialmente justa”, explicou.

Os seis produtos oriundos das abelhas fazem parte da sustentabilidade da cadeia apícola. Segundo o gestor, milhares de apicultores conseguem obter recursos financeiros advindos dos mesmos e ainda existe um serviço que garante a sustentabilidade dos ecossistemas, que é a polinização, necessitada por 80% das plantas para produzir frutos. No social, a apicultura é viável porque é de pequeno porte, familiar, um instrumento de geração de ocupação e renda.