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Preço dos imóveis subirá menos em 2014, apontam analistas

3 de fevereiro de 2014

Os preços dos imóveis no Brasil em 2014 devem subir em ritmo menor que o dos últimos anos e ficar próximo à inflação. Bolha imobiliária em solo nacional? Não há riscos, ao menos por enquanto. A opinião é de economistas e representantes do setor imobiliário.

De acordo com o último índice Fipezap, o preço médio dos imóveis no país cresceu 13,7% em 2013, mesmo nível do ano anterior. Em 2011, por sua vez, o avanço foi quase o dobro: 26,3%.

Segundo o diretor de Relações Institucionais da AABIC (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), Eduardo Zangari, esse aumento ocorreu devido à “demanda reprimida” que, estimulada pelo aumento do crédito, foi atendida pelo mercado.  

— A partir do momento que o crédito ficou mais acessível, as pessoas buscaram novos imóveis para comprar e, a partir disso, começou a lei da oferta e da procura.

O diretor jurídico da ABADI (Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis), Marcelo Borges, fala sobre “recuperação imobiliária” ao discorrer sobre o tema. Para ele, as melhorias da infraestrutura urbana contribuíram para a correção de valores no mercado.

— O custo da construção é maior nessas unidades. Além disso, 95% dos imóveis de um dormitório foram construídos em bairros nobres, então isso puxou o aumento nos preços.  

Bolha Imobiliária? 

Questionados a respeito do risco de uma bolha imobiliária no Brasil, os entrevistados a abordaram como um fenômeno pouco provável. Para o professor de Finanças do Ibmec/RJ (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais), Nelson de Sousa, os preços dos imóveis devem se acomodar daqui pra frente.

— Não se pode afirmar que exista uma bolha imobiliária, pelo menos não existem evidências que levem a essa conclusão.  

A economista do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Ana Castelo, lembra que hoje o crescimento não é tão planificado como nos anos anteriores — a valorização dos imóveis em Brasília, por exemplo, ficou abaixo da inflação em 2013.

— O mercado está se ajustando, alguns lugares já reduziram inclusive o número de lançamentos, de modo a ajustar a oferta e a demanda. A perspectiva é de crescimento [dos preços] moderado, muito próximo à inflação.  

Sobre a possibilidade da bolha, ela faz questão de diferenciar a realidade brasileira com outros mercados.   

— Quando as pessoas falam em bolha, logo pensam no caso norte-americano. Porém, a realidade aqui é diferente, o sistema financeiro é outro. O número de famílias que usa o próprio imóvel em empréstimos pra comprar outros bens é muito pequena.