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Projeto desenvolvido no Campus de Catolé do Rocha pretende gerar cadeia produtiva de pinhão manso e girassol

11 de abril de 2014

O Campus V da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Catolé do Rocha, está desenvolvendo experiências de campo que visam melhorar a qualidade de plantas capazes de gerar uma cadeia produtiva na região. As experiências práticas realizadas dentro do “campus fazenda” têm procurado encontrar formas de impulsionar a economia do Sertão paraibano. Atualmente está em fase de experimento um trabalho que visa descobrir o potencial econômico do pinhão manso.

Iniciado no começo deste ano, o projeto está sendo desenvolvido graças a uma parceria que a UEPB firmou com a Embrapa Algodão.  Para isso, cinco procedências de pinhão manso foram inicialmente plantadas na área. As sementes cultivadas já floresceram e hoje a área ocupada por pinhão conta com cerca de 100 plantas. O professor Josemir Maia, responsável pela pesquisa, conta que inicialmente será produzido um banco de germoplasma, que são unidades conservadoras de material genético da planta.

Ele explica que a Embrapa Algodão dispõe de uma coleção de sementes de diversas procedências que estão envelhecendo e precisam ser renovadas a cada ano. Para que sempre existam sementes novas, a empresa recorreu ao potencial do Câmpus IV da UEPB, garantindo, assim, a produção de novas plantas a serem utilizadas em futuras pesquisas.

A partir deste ponto, a UEPB tem a pretensão de aproveitar o experimento para realizar projetos de iniciação científica, fazendo testes em diversas áreas. O professor releva que o foco é extrair o óleo da planta para a produção de biodiesel. “Estamos trabalhando para gerar economia com esta planta”, destacou o professor, acrescentando que o pinhão manso tem uma grande diversidade de produtos, podendo ser utilizado para formar toda uma cadeia produtiva, como a fabricação de tortas para ração animal e até atividades medicinais, anti-inflamatórias e anticancerígenas. Como são plantas perenes, que sobrevivem em período de longa estiagem, as plantas podem ser cultivadas durante todo o ano.

Girassol adaptado ao ambiente do semiárido

O Câmpus de Catolé do Rocha também está desenvolvendo uma pesquisa que visa adaptar o girassol ao ambiente do semiárido paraibano. Já começa a dar resultados. Professores e estudantes realizaram um ensaio inicial com 10 genótipos de girassol (composição genética da planta), recomendados pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte, pela UFRN e pela Embrapa Algodão.

Inicialmente eles plantaram as espécies de girassol e, com a perspectiva de ver a planta se transformar em uma grande fonte de renda para a região, aprofundaram as pesquisas, estudando a fisiologia da planta. Para isso, os pesquisadores pegaram os cinco genótipos mais produtivos do ensaio anterior e replantaram para confirmar a potencialidade da espécie.

O objetivo é explorar o potencial da planta como forma de impulsionar a economia da região sertaneja, já que Catolé do Rocha tem especialidade nos campos da agricultura e da pecuária. O girassol, é uma fonte muito grande de proteínas, podendo ser usado para extrair mel e para a produção de torta e outros produtos. A própria folha e o caule da planta também podem ser usados para a produção de ração animal, fortalecendo a pecuária da região.

A pesquisa também está sendo desenvolvida no sentido de realizar a extração do óleo de girassol, que pode gerar inclusive interesse da indústria de biodiesel. Nesse sentido, a Universidade pode, no futuro, firmar parceria com uma refinaria de petróleo que funciona em Mossoró (RN). Mesmo a produção de girassol sendo pequena na região, ela pode dá origem a toda uma cadeia produtiva.