logo paraiba total
logo paraiba total

Pesquisa identifica 803 projetos de educação financeira no Brasil

15 de abril de 2014

Um levantamento inédito coordenado pela Associação de Educação Financeira do Brasil – AEF-Brasil, realizado entre setembro e novembro de 2013, identificou 803 projetos de educação financeira no País. A análise de 40% (317) desse total, uma amostra significativa das ações nessa área, levou a algumas importantes constatações. Por exemplo: 60% das iniciativas mapeadas são absolutamente gratuitas. Outro ponto a ser destacado é que há uma diversidade de organizações com projetos em educação financeira no Brasil, a maioria (70%) pertencente à iniciativa privada e ao setor público. 

Os resultados constam do Mapa da Educação Financeira, apresentado nesta terça-feira (15) em São Paulo (SP). “O mapeamento das iniciativas de educação financeira é parte integrante das estratégias de educação financeira e o resultado apresentado hoje mostra uma mudança de patamar nesta área. Hoje as iniciativas mapeadas estão num nível muito superior e possibilitam reflexão sobre este tema”, afirma Leonardo Pereira, presidente do Conef, Comitê Nacional de Educação Financeira (CONEF).

Foram mapeadas 73 iniciativas desenvolvidas por órgãos e empresas públicas, das quais 77% pertencem à esfera federal (Banco Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários, Superintendência Nacional de Previdência Complementar, Superintendência de Seguros Privados e os Ministérios da Fazenda e da Previdência). O propósito dessas ações é tanto orientar o público financeiro e em geral, quanto oferecer informações ao cidadão sobre planejamento financeiro, investimento, direitos, consumo consciente, etc., visando ao fortalecimento do sistema financeiro nacional.

As organizações mapeadas não atuam exclusivamente com educação financeira. O tema é abordado de forma transversal em suas ações. Em geral, os projetos são bancados com recursos próprios. Para o presidente do Conselho da AEF-Brasil, Murilo Portugal, a diversidade de ações de educação financeira que estão ocorrendo no País mostra o quanto a Estratégia Nacional de Educação Financeira – ENEF foi bem sucedida enquanto um instrumento catalisador desse tema no Brasil.

“Apenas com auxílio e parceria com todos os setores da sociedade conseguiremos atingir os objetivos da ENEF, contribuir para o fortalecimento da cidadania, a eficiência e a solidez do sistema financeiro nacional e a tomada de decisões conscientes do cidadão relativas aos seus recursos”, afirmou Luis Feltrin, diretor de relacionamento institucional e cidadania do Banco Central do Brasil.

Como e por quem é feita a educação financeira

·         50% das iniciativas têm alcance nacional, especialmente por contarem com a internet como meio de acesso.

·         As iniciativas regionais estão concentradas nas regiões Sudeste (55%) e Sul (32%).

·         46% das ações em educação financeira atendem até 500 beneficiários e apenas 20% superam os 10.000 beneficiários por ano.

·         Pessoas físicas (60%) são mais favorecidas pela oferta de iniciativas de educação financeira do que pessoas jurídicas (39%); o restante (1%) atende a pessoas físicas e jurídicas.

·         As iniciativas que atendem pessoas físicas são oferecidas principalmente aos jovens (45%) e aos adultos (42%). Com respeito à escolaridade, 43% dessas ações atuam sem distinção de nível de instrução; 39% focam em pessoas com ensino médio e 34% têm como eixo pessoas com ensino superior.

·         A orientação para o consumo consciente e os aspectos ligados à cidadania, bem como a preparação da população para a tomada de decisões autônomas quanto ao uso dos produtos financeiros, surgem com maior frequência entre os conteúdos produzidos.

·         A abordagem diferencia-se com base em três grupos:

o   Iniciativas que têm como foco a orientação abordam conteúdos de planejamento financeiro e consumo consciente;

o   Iniciativas que têm como foco oferecer informação abordam o uso do crédito e o estímulo à poupança;

o   Iniciativas que visam à formação – ou seja, ações educativas continuadas – oferecem conhecimento sobre o funcionamento da economia, as competências matemáticas para lidar com o mercado financeiro, os produtos financeiros e os direitos do consumidor.