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Empresas reclamam da escassez de mão-de-obra qualificada, diz estudo

22 de julho de 2014

As empresas procuram por mão-de-obra qualificada, mas pouco têm feito para minimizar os efeitos da escassez de talentos. É o que aponta pesquisa inédita sobre Educação & Carreira realizada pela Vagas Tecnologia, empresa líder em e-recruitment, com mais de 7,5 milhões de currículos cadastrados no site Vagas.com.br. Segundo o levantamento, somente 3% dos respondentes recebem algum apoio da empresa para subsidiar seus estudos. 

Desses 3%, apenas 1% custeia integralmente a educação de seus colaboradores enquanto 2% pagam parcialmente as despesas com ensino de seus profissionais. A pesquisa também revela que 94% dos consultados pretende investir em educação neste ano.

Dessa maioria, quando questionados sobre qual tipo de curso pretendem investir, os participantes responderam por múltiplas escolhas suas preferências: idioma (50%), ensino superior (35%), pós-graduação (25%), curso técnico (17%), cursos livres de curta duração (14%), MBA (11%), tecnólogo (7%), mestrado (6%), ensino médio (2%), doutorado (2%) e certificações (0,5%). 

“Existe um grande desejo, especialmente das classe C, D e E, de melhorar sua qualificação profissional. Entre os empecilhos estão os recursos financeiros limitados e o alto endividamento. Também existe uma grande expectativa para conseguir financiamentos públicos e privados, bolsas de estudo e auxílio educação das empresas”, observa Fabíola Lago, coordenadora do estudo. 

O levantamento foi realizado em todo o País de 11 a 13 de fevereiro por meio da base de currículos cadastrados no portal de carreira vagas.com.br. Dos 10 mil respondentes, a maioria é composta por mulheres (66%) e desempregados (62%), idade em torno de 29 anos, pertencente às classes B e C e com nível superior completo, atuação em cargos auxiliares e operacionais e com renda declarada variável de R$ 1866 a R$ 3118. 

A pesquisa revelou ainda que 94% dos brasileiros estão dispostos em investir em educação neste ano. Dos 6% que declararam não incluir despesas com ensino em seu orçamento em 2014 alegaram os seguintes motivos: 39%, não têm recursos para essa finalidade; prorrogar os estudos para o próximo ano somaram 20%. Pagar dívidas é a prioridade de 17%. Falta de tempo é a razão de 8%. Há 7% informando que já estudou o suficiente. Para 6%, não é possível conciliar trabalho e estudo e 4% explicitaram não querer estudar neste ano. 

Dessa mesma massa que informou não ter orçamento para despesas com educação para este ano (6%), foi questionado a ela se estudaria caso tivesse apoio financeiro. Para 34%, somente se recebesse subsídio integral. Outros 25% aceitariam se tivessem 50% de desconto na mensalidade. Se a empresa se dispusesse a bancar metade das despesas, 20% aceitariam estudar. Com desconto de 30% na mensalidade, 5% estudariam. Auxílio da empresa com 30% dos gastos foi o pedido de 3%. E 13% não demonstraram interesse em estudar. 

“É um indicador que revela o quanto é difícil o brasileiro ter acesso ao ensino público. O estudo mostra que quase que a totalidade dos consultados quer investir em educação, mas dispõem de recursos limitados”, analisa Fabíola Lago. 

O levantamento procurou saber da base consultada qual o principal motivo para investir em educação neste ano. Para 27%, é ter conhecimento técnico, independente da ascensão na carreira. Ter uma remuneração melhor foi o desejo de 25%. Há 20% à procura de uma profissão, bastante concentrada nas classes C, D e E. 

Já os que querem um novo emprego somam 9%. Mudar de profissão e necessidade de fluência em língua estrangeira no trabalho é realidade para 6%, cada. Trabalhar fora do país é uma necessidade para 3%. Ser promovido na empresa ou tornar-se chefe é uma aspiração de 2%, cada. 

“A busca por promoção ou cargos de chefia está longe das prioridades de investimento em educação. Os brasileiros querem mesmo é buscar um conhecimento mais específico, técnico, para ter mais acesso ao mercado e às oportunidades. Eles querem dominar um segundo idioma e ampliar sua bagagem em cursos técnicos ou de extensão universitária”, conta a coordenadora do estudo. 

Outro dado interessante verificado no estudo refere-se à forma de pagamento dos estudos. Para 47% da amostra, os custos com ensino serão feitos com recursos próprios. Os que terão apoio total ou parcial da família para estudar representam 27%. São 15% os que buscam uma bolsa-auxílio. Dos 12% que declararam financiar totalmente seus cursos, 11% recorrerão a um banco público e 1% ao setor privado. E os que receberão apoio da empresa para estudar são 3%. 

“É mais uma prova do esforço que o brasileiro faz para conseguir melhorar sua condição cultural e social. Ele recorre à ajuda dos familiares, de amigos e a outras fontes de financiamento para ter um futuro melhor”, diz Fabíola Lago.

O estudo também procurou identificar quanto o brasileiro está disposto a investir mensalmente em educação em 2014. Mais da metade da base consultada (55%) declarou gastar de R$ 100 a R$ 500. Para 33%, estão previstos recursos que variam de R$ 501 a R$ 1 mil. Outros 8% informaram investir de R$ 1001 a R$ 1500. Ter R$ 1501 a R$ 2 mil para essa finalidade é realidade para 2%. E apenas 2% pretendem desembolsar mais de R$ 2 mil com educação.