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Vendas no varejo continuam no vermelho em agosto

19 de agosto de 2014

Afetadas pelo encarecimento do crédito e pelo orçamento mais apertado do consumidor, as vendas do comércio varejista fecharam a primeira quinzena deste mês no vermelho e a inadimplência cresceu num ritmo que foi mais que o dobro da renegociação de financiamentos com prestações atrasadas.

Entre os dias 1º e 15 deste mês, a média de consultas para vendas a prazo e à vista recebidas pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo), que dá uma ideia do ritmo de negócios no varejo, caiu 0,8% em relação ao mesmo período do ano passado. A retração foi menor do que a registrada no mês de julho inteiro na comparação anual (-1,6%). Mesmo assim, o cenário para o comércio continua negativo e incerto.

“A incerteza que existe no crédito é muito grande e o consumidor não tem mais espaço no orçamento para comprar”, afirma o economista da ACSP, Emilio Alfieri. Ele ressalta, no entanto, que o resultado só não foi pior por causa das vendas de itens de menor valor, geralmente adquiridos à vista. As consultas para vendas à vista cresceram 2,2% na primeira quinzena deste mês na comparação anual e 20,3% em relação a julho, quando os feriados da Copa do Mundo paralisaram as vendas no varejo, especialmente de shoppings.

“Junho e julho as vendas nos shoppings foram um desastre”, afirma o presidente da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), Luiz Fernando Pinto Veiga. Os shoppings encerraram o primeiro semestre com crescimento de 7,44% nas vendas nominais em relação a igual período de 2013. Descontada a inflação, o avanço foi de 1%.

— Não chega a ser um resultado ruim. Estamos acompanhando o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto).

De toda forma, Veiga acredita que a meta traçada no início do ano de ampliar as vendas em 8,5% em 2014 pode não ser alcançada. “Não tenho garantias sobre os 8,5%.”