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Banco Central vê provável fim do ciclo de redução da inadimplência

18 de setembro de 2014

A inadimplência na carteira de crédito doméstico fechou em 3% em junho de 2014, índice estável em relação a dezembro de 2013, depois de três semestres consecutivos de redução, “indicando o provável fim do ciclo de redução da inadimplência”. A avaliação é do Banco Central, por meio do relatório de estabilidade financeira, que avaliou o sistema financeiro nacional no primeiro semestre deste ano.

“Esse comportamento é explicado por um ritmo menos acentuado de queda da inadimplência nos bancos privados, cuja diminuição no semestre foi de apenas 0,1 ponto percentual, e pelo aumento de 0,2 ponto percentual nos bancos públicos. Constatam-se também comportamentos diferentes na análise por pessoa jurídicae pessoa física. No primeiro caso, houve aumento de 0,2 ponto percentual; no segundo, redução de 0,1 ponto percentual”, acrescentou a autoridade monetária.

O último dado divulgado pela autoridade monetária sobre a inadimplência refere-se ao mês de julho, quando a inadimplência nas operações bancárias das pessoas físicas com recursos livres atingiu 6,6% – o maior patamar desde maio deste ano, quando estava em 6,7%. Já a taxa de inadimplência das operações dos bancos com as empresas, ainda no segmento com recursos livres, subiu de 3,4% para 3,5% em julho. A taxa geral, para recursos livres, atingiu 4,9% em julho – maior nível desde maio deste ano (5%).

Medidas de estímulo ao crédito

O aumento da taxa de inadimplência das famílias e das empresas acontece em um momento no qual governo anunciou medidas de estímulo ao crédito com o objetivo de tentar ajudar o crescimento da economia brasileira – que vem registrando baixos níveis neste ano.

Em agosto, o Banco Central anunciou duas medidas que vão liberar cerca de R$ 25 bilhões para os bancos emprestarem aos seus clientes. Em julho, a instituição já havia liberado R$ 45 bilhões para os bancos emprestarem.

Além disso, o Ministério da Fazenda também anunciou  medidas para medidas para facilitar a compra de imóveis financiados, além da concessão do crédito consignado para trabalhadores do setor privado e para retomada de garantias – como automóveis  e caminhões – pelos bancos, em caso de inadimplência.

Proteste recomenda cautela

A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) recomendou que as pessoas pensem duas vezes antes de adquirir um novo empréstimo. “As instituições financeiras poderão retomar mais facilmente os bens financiados. Devemos ter em mente a situação do tomador de crédito hoje, que já se encontra endividado e que, num cenário de juros elevados, não tem para onde correr”, avaliou a entidade.