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Crediamigo recebe prêmio internacional de microfinanças

31 de outubro de 2014

O Crediamigo, do Banco do Nordeste, foi o grande vencedor do Prêmio Foromic de Inclusão Financeira, considerado um dos mais importantes reconhecimentos a instituições que operam com microcrédito produtivo nas Américas. Promovido pelo Fundo Multilateral de Investimentos (Fomin), membro do Grupo BID, o prêmio será entregue durante o Fórum Interamericano de Microempresas, a ser realizado entre os dias 4 e 6 de novembro, em Guaiaquil, no Equador. Em 2008, a mesma entidade reconheceu o Crediamigo com o Prêmio de Excelência em Microfinanças.

Como critérios de avaliação, a organização do prêmio considerou aspectos como desempenho e transparência, além da qualidade de serviços financeiros ofertados e sua efetividade para chegar a populações pobres de maneira massiva. Fatores como alcance geográfico e canais de expansão de operações foram observados pelo júri, composto por especialistas em inclusão financeira e  executivos de instituições públicas e privadas.

“O Crediamigo é maior programa de microcrédito orientado da América do Sul e tem apoiado fortemente o empreendedorismo e a inclusão financeira no Nordeste do Brasil, ao apoiar trabalhadores autônomos que exercem micro atividades comerciais, industriais e de serviços. Cerca de 45% dos clientes do Crediamigo são beneficiários do Bolsa Família, o que evidencia seu foco em empreendedores de baixa renda”, afirma o presidente do Banco do Nordeste, Nelson Antônio de Souza. 

Atualmente, sua carteira ativa tem cerca de 2 milhões de clientes, a maioria atuante no setor informal, contemplados com empréstimos cujo valor médio é de R$ 1,8 mil. Desde sua criação, há 16 anos, o Crediamigo já atendeu 3,5 milhões de trabalhadores autônomos, com 19,2 milhões de operações  realizadas, desembolsando R$ 26,2 bilhões. Desse total, R$ 5 bilhões foram contratados somente em 2014, até o mês de setembro. As linhas de crédito disponíveis possuem limites que variam entre R$ 100 e R$ 15 mil.

Referência nacional

O programa de microcrédito do Banco do Nordeste realiza em média 15 mil operações por dia, apresentando taxa de inadimplência inferior a 1 %, uma das mais baixas do sistema financeiro.  Está presente em 1995 municípios, por meio de 184 agências e 244 postos de atendimento.

Em 2011, o Crediamigo tornou-se referência para o Programa Nacional de Microcrédito, Crescer, do Governo Federal, que assegura empréstimos com taxa de juros de 5% ao ano a empreendedores brasileiros. Desde então, dos R$ 13,8 bilhões desembolsados pelo Programa, 73%, ou mais de R$ 10 bilhões, foram emprestados pelo Crediamigo.

Resultados

Estudo da Fundação Getúlio Vargas, publicado em 2008, constatou que 60 % dos empreendedores expostos ao Crediamigo há mais de cinco anos transpuseram a linha de pobreza. A pesquisa descreveu e analisou quantitativamente o impacto de programas sociais de microcrédito na economia nordestina, considerando clientes ativos em 2006, com especial atenção para os clientes abaixo da linha de pobreza, ou seja, com renda familiar inferior a meio salário mínimo.

Na mesma linha, estudo realizado em 2014, pelo Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), aponta o Crediamigo como fator importante para a sustentabilidade da atividade econômica desempenhada por microempresários sem muitos recursos, constatando aumento da lucratividade para a maior parte dos clientes. Em relação aos indicadores de qualidade de vida, a pesquisa observa melhoria significativa no tipo de residência própria,  ao constatar que grande parte dos clientes deixou de morar com parentes ou em casa emprestada e adquiriram casa própria.

Sobre o Foromic

Criado em 1998, o Fórum Interamericano de Microempresas (Foromic) propõe-se a ser um espaço para inovações microempresariais e uma plataforma para as microfinanças, tendo demonstrado que é possível servir a empreendedores de baixa renda de forma sustentável e rentável. O fórum está em sua 16ª edição, confirmando que o alcance das microfinanças tem sido, ao longo desse tempo, um mecanismo mais exitoso, eficiente e de crescimento rápido para o desenvolvimento de atividades, bem como de geração de renda para pessoas de poucos recursos e grupos desassistidos.

O primeiro Foromic revelou que a América Latina contava com um total aproximado de 200 instituições de microfinanças que atendiam 1,5 milhões de clientes. Graças ao trabalho realizado por parte de governos, setor privado e bancos de desenvolvimento, atualmente existem mais de mil instituições de microfinanças, que atendem em torno de 20 milhões de pessoas.