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Chocolate corre risco de escassez, aponta estudiosos

27 de novembro de 2014

Marque a data no calendário: 1 de janeiro de 2020. Até essa data, a brecha entre a quantidade de cacau que o mundo deseja consumir e a quantidade que pode produzir crescerá para um milhão de toneladas métricas, segundo a Mars e a Barry Callebaut, a maior fabricante de chocolate do mundo.

Para 2030, a insuficiência prevista crescerá para 2 milhões de toneladas. E assim por diante.

Devido a doenças, secas, mercados novos e ávidos e a substituição do cacau por safras mais produtivas como o milho e a borracha, espera-se que a brecha entre demanda e oferta cresça um milhão de toneladas por década no futuro previsível.

Agora mesmo, enquanto você lê estas palavras, o mundo está ficando sem chocolate, informará a revista Bloomberg Pursuits na sua edição do fim de ano de 2014.

No ano passado, nós voltamos a consumir mais cacau do que conseguimos produzir. Neste ano, apesar de uma colheita inesperadamente abundante, a oferta mal conseguiu acompanhar a crescente alta da demanda.

Entre 1993 e 2007, a média de preços do cacau foi de US$ 1.465 por tonelada; durante os seguintes seis anos, a média foi de US$ 2.736 – um incremento de 87 por cento.

O alimento mais delicioso do mundo começou a se transformar, passando de ser muito adorado e muito comum, como a cerveja, a ser muito adorado e bem menos comum, como o vinho de Bordeaux. Infelizmente, esse é o menor dos problemas do doce.

Esforços estão em andamento para abaratar o chocolate e torná-lo abundante – e no processo, o chocolate está se tornando inadvertidamente tão insípido como os tomates comprados hoje em dia em lojas, mais um alimento, junto ao frango e os morangos, que passou de saboroso para esquecível no caminho até a plenitude.

Recurso esgotável

Os amantes do chocolate mal param para pensar que o cacau poderia ser um recurso esgotável. Aqueles que param geralmente supõem que a maior ameaça é a mudança do clima, pela qual de fato se esperam consequências negativas e severas.

Segundo um relatório preparado pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical para a Fundação Bill Melinda Gates, em Gana e na Costa do Marfim – que juntos produzem 53 por cento do cacau do mundo – as temperaturas subirão até 2 graus Celsius até 2050, intensificando a temporada seca e causando escassez de água.