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Anfavea aponta queda de 26,7% na produção de veículos em fevereiro

6 de março de 2015

Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) revelou nessa quinta-feira (05) que as vendas de veículos registraram queda de 26,7% em fevereiro, ante janeiro. No último mês, foram licenciados 185,9 mil carros, ante 253,8 mil unidades vendidas em janeiro, queda de 26,7%. A queda foi fortemente influenciada pela desaceleração econômica e em parte pela volta da cobrança cheia do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI).

“Com o resultado negativo,voltamos aos níveis de vendas de novembro de 2008. Já na produção, a queda foi para níveis iguais a fevereiro de 2006. O resultado é muito ruim. Sentimos que há uma perda de confiança por parte do consumidor em relação aos ajustes fiscais”, afirma Luiz Moan, presidente da Anfavea.

Moan afirmou, diante dos resultados, que fará revisão extremamente significativa para as previsões de vendas e produção nacional. “Sem dúvida, a próxima revisão deve reduzir bem as expectativas que tínhamos em dezembro. O cenário mudou muito e faremos as revisões em abril, diferentemente dos anos anteriores, quando fazíamos apenas no começo do segundo semestre.”

A indústria automobilística produziu 200,1 mil veículos em fevereiro. O resultado representa queda de 28,9% na produção em comparação com o mesmo mês de 2014 ( 281,6 mil). Na comparação com janeiro, a produção recuou 2,3% ( 204,8 mil).

Por segmento, a produção de carros e comerciais leves caiu 27,9% em fevereiro em relação ao mesmo período do ano passado. Já o volume produzido de caminhões recuou 48,7%, enquanto ônibus tiveram queda de 23,5%.

Segundo a Anfavea, o nível de emprego nas montadoras fechou fevereiro em 142.317 postos ocupados, queda de 8,8% sobre um ano antes (156.133 postos) e recuo de 1,3% em relação a janeiro (144.163).

Setor automotivo vive tempos difíceis e deve desempregar

O setor automotivo viveu um dos anos mais difíceis em 2014, apesar dos incentivos do governo federal nos últimos anos. As desonerações do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), por exemplo, tinham como objetivo incentivar o consumo e, assim manter o nível do emprego, por meio de acordos com as montadoras de não demissão. Há ainda um acordo setorial com o governo federal de lay off (suspensão do contrato de trabalho) para evitar demissões.

O cenário tem feito uma série de montadoras ajustar a produção por meio de concessão de férias, suspensão de contratos de trabalho e redução de jornadas em fábricas. Em janeiro, a Volks chegou a anunciar a demissão de 800 funcionários de São Bernardo do Campo, mas voltou atrás após 9 dias de greve geral na montadora. A GM anunciou a demissão de quase 800 funcionários na unidade São José dos Campos, em fevereiro, mas voltou atrás após os trabalhadores realizarem greve geral, que durou 9 dias.

A Mercedes-Benz também demitiu 120 funcionários em janeiros, em São Bernardo. Ford, MAN, GM e Volkswagen planejam férias coletivas agora em fevereiro.

No ano passado, as montadoras demitiram 14.110 pessoas, segundo a Anfavea, o nível de emprego nas montadoras fechou o ano em 144.623 postos ocupados, queda de 8,9% sobre 2013 (158.733 postos). Segundo dados do Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial brasileira recuou 3,2% em 2014, puxada principalmente pelo setor de veículos automotores, cuja queda foi de 16,8%.

Em 2014, a indústria automobilística produziu 3,15 milhões de veículos, queda de 15,3% na produção em comparação com 2013 (3,71 milhões). Em dezembro, foram produzidos 203,8 mil veículos, com recuo da produção de 23,1% em relação a novembro (264, mil). As vendas no ano passado registraram queda de 7,1%, com 370 mil veículos licenciados, ante 294,7 mil unidades vendidas em novembro, alta de 25,6%.