logo paraiba total
logo paraiba total

Comer fora de casa fica 10% mais caro em um ano

28 de abril de 2015

Todos os dias, milhões de trabalhadores tomam café da manhã, almoçam e jantam na rua. Pode ter passado desapercebido, mas, nos últimos 12 meses, o brasileiro que come na rua gasta, em média, 10,03% a mais pela comida — alta acima da inflação no período, que foi de 8,13%.

Segundo levantamento da Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert), o valor médio de uma refeição na maior cidade do País, por exemplo foi de R$ 27,87 em 2014. 

Entre 2004 e 2014, ficou, em média, 136,14% mais caro comer fora de casa, de acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No mesmo período, a alimentação no lar subiu 86,59%. Por esse motivo, muita gente prefere ir para o fogão e economizar.

O professor da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas (FGV)Fabio Gallo observa que os empresários do setor até tentaram não repassar as altas de preços, mas não suportaram muito tempo.

“Comer fora de casa no início do ano passado estava barato em relação ao preço dos alimentos no supermercado. Porque na virada de 2013 para 2014, quando a inflação começou a dar sinais mais vivos, os restaurantes tentaram segurar os preços para manter a clientela, acreditando que o problema da seca que afetou a produção de alimentos fosse passageiro”, disse ele.

O vale-refeição que Luiz Vasconcelos usa para almoçar durante a semana fora de casa não dura até o fim do mês.

“Os preços aumentaram, principalmente do ano passado para cá. Tenho vale-refeição, mas o reajuste foi de acordo com a inflação. A gente percebe que nos restaurantes o aumento foi maior do que isso”, acrescentou ele.

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes  (Abrasel-SP), Percival Maricato, concorda que está caro comer fora. Mas diz que o setor sofre com tributos, legislação, além da alta dos alimentos.

“Os empresários não estão aumentando mais, embora queiram, porque não têm margem. Eles sabem que o cliente está no limite. Nós sabemos que os preços estão caros e estamos puxando o cabelo para ver como é que vamos resistir às novas tentativas de aumentar custos, que vêm das burocracias, das legislações onerosas e restritivas”, comentou ele..

Em março a Assert divulgou uma pesquisa que analisou preços de mais de 6.000 pratos, incluindo sobremesa, bebida e cafezinho, em 51 cidades, sendo 23 capitais. O levantamento incluiu os seguintes tipos de almoço: à la carte, autosserviço (buffet), executivo (prato do dia separado do cardápio) e comercial (prato feito). Com base nisso, chegou-se ao valor médio da refeição no País: R$ 27,36. 

Veja o valor médio de uma refeição em cada capital na tabela abaixo: