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Grandes varejistas adotam cautela para o próximo ano

24 de novembro de 2015

Grandes redes de varejo estão mais cautelosas com seus planos de investimento em novas lojas para o próximo ano e anunciaram redução das aberturas pela frente. A alta de custos e a incerteza sobre o comportamento dos consumidores têm feito as companhias segurarem projetos, o que também leva ao adiamento de inaugurações de shoppings.

Varejistas como Riachuelo, Magazine Luiza, Cia. Hering e Via Varejo devem abrir em 2016 menos lojas do que abriram este ano. Mesmo a Lojas Renner, que tem um plano para quase dobrar o número de lojas de sua principal marca em oito anos, falou em cautela para 2016, embora acredite que haverá oportunidades. 

A Riachuelo reduziu o plano de inaugurações, que era de 80 lojas para os anos de 2015 e 2016, para apenas 43. Assim, após a conclusão de 28 aberturas este ano, sobrarão apenas 15 para o ano que vem. 

Para o Magazine Luiza, que abre 30 lojas novas este ano, 2016 servirá para “tirar o pé” do acelerador, segundo o diretor superintendente, Marcelo Silva. Na Cia. Hering, expansão não será o foco para o próximo ano, disse o diretor de finanças e de relação com investidores da empresa, Frederico Oldani. Mesmo sem dar números, a Via Varejo, dona das Casas Bahia e do Pontofrio, afirmou que deve revisar o seu plano de abrir 210 lojas entre 2014 e 2016.

“Estamos mais cautelosos, diante do ambiente desafiador”, disse o diretor de Relações com Investidores e Planejamento Estratégico, Marcelo Rizzi de Oliveira.

Os desafios nos planos de expansão são explicados pela combinação de aumento de custos com itens como energia, reformas e mão de obra, o que eleva a taxa de retorno necessária para que o investimento seja viável. Essa pressão ocorre justamente num momento em que há queda no tráfego de clientes nas lojas.

O fluxo de pessoas no varejo registra retração de 6,1% no terceiro trimestre de 2015 em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da empresa de monitoramento Virtual Gate. Nos shoppings, essa equação envolve a busca de equilíbrio entre custos de aluguel e as vendas potenciais, algo desafiador em especial em centros de compras novos e com menor taxa de ocupação. Embora tenha dito que será preciso cautela diante da aceleração da economia brasileira, o presidente da Renner vê oportunidades mesmo em shoppings com ocupação menor. Em empreendimentos mais novos, pode acontecer de o aluguel cobrado ser um pouco reduzido para ajudar a atravessar o momento de dificuldade.

“Nos shoppings com vacância entre 30% a 40%, temos conseguido vendas dentro do orçado, o que mostra que esses shoppings podem representar uma oportunidade para nós”, declarou José Galló, da Renner. “Ainda assim, vamos ter que equilibrar essa oportunidade com uma cautela, é isso que vai definir o número de lojas para o ano que vem”, afirmou.