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ABC paraibano é fonte de mapeamento da cadeia produtiva da ovinocultura do Estado

19 de abril de 2016

Mapeamento realizado em 100 propriedades da região do ABC paraibano (Agreste, Brejo e Curimataú) está buscando alternativas para melhoria da cadeia produtiva da ovinocultura do Estado, através do investimento em tecnologia para o setor. Realizado pelo Sebrae Paraíba, em parceria com o Instituto BioSistêmico (IBS), o Diagnóstico da Atividade de Ovinocultura de Corte do ABC Paraibano pesquisou 14 centros produtores do Estado: Solânea, Bananeiras, Araruna, Alagoa Grande, Dona Inês, Areia, Tacima, Lagoa de Dentro, Araçagi, Alagoinha, Mulungu, Belém, Riachão e João Pessoa.

Segundo o mapeamento, o pouco acesso a inovações tecnológicas e o tímido planejamento em questões básicas do setor, aliados ao período de longas estiagens, têm sido alguns fatores responsáveis por entraves na cadeia produtiva da ovinocultura da Paraíba. O estudo verificou ainda carências em investimentos tecnológicos e também em questões relativas à reprodução e alimentação dos animais, cenário que pode estar contribuindo para os baixos índices do setor no Estado.

Dados do último balanço realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam redução de 16,4% nas cabeças de ovelhas na Paraíba. Em 2013, o Estado possuía 867.606 ovelhas, enquanto em 2008 o número era de 1.038.720, queda de 171,3 mil animais.

A pesquisa desenvolvida pelo Sebrae mostra que o acesso às tecnologias básicas ainda é precário: 66% dos produtores não possuem acesso contínuo à internet, enquanto 4% têm acesso parcial à rede; 87% dos produtores disseram não usar qualquer recurso da informática como ferramenta de gestão. Para fortalecer esses negócios, é importante investir em novas estratégias e reverter esse quadro, avalia o gestor do projeto de desenvolvimento da cadeia produtiva da ovinocultura de corte do Sebrae em Guarabira, João de Deus Nascimento.

“O Sebrae vem tentando mostrar que investir em tecnologia é proporcionar condições de melhor competitividade no mercado. Hoje em dia os produtos precisam ser cada vez mais apurados, com melhor presença na prateleira, atraindo o consumidor final. São ações que contribuem diretamente para o aquecimento econômico, pois o produtor tem condições de alcançar maior número de consumidores quando investe em sistemas tecnológicos, que auxiliam na gestão, manejo e sanidade do rebanho, abrangendo  toda cadeia produtiva”, disse João de Deus Nascimento.

O estudo constatou também carências em outras demandas básicas, como o cuidado da alimentação dos animais e da reprodução. De acordo com a pesquisa, 42% dos produtores não planejam a alimentação no período de inverno; 39% não têm plano de seleção e melhoramento genético; e 77% não utilizam estratégias para melhoria dos resultados reprodutivos. Mais da metade dos produtores, 58%, afirmou não ter qualquer planejamento de produção.

Diante dos resultados, algumas ações devem ser implantadas para que o setor melhore seu desempenho, conclui o gestor do Sebrae. “Identificamos a necessidade de investimento em diversas ações, melhorias na organização do setor, na escala de produção, na qualidade do produto, nas capacitações, nutrição, reprodução e sanidade dos animais. Estamos desenvolvendo ações, fazendo a ponte entre produtores, universidades e outros parceiros que vão auxiliar a reverter os principais gargalos encontrados na pesquisa”, disse João de Deus Nascimento. 

Uma dessas parcerias é o Simpósio Paraibano de Zootecnia, que acontecerá entre os dias 20 e 22 de abril, na cidade de Areia, Brejo paraibano. Em sua 10ª edição, o evento contará com palestras, mini cursos, clinicas tecnológicas e apresentações de trabalhos nas áreas da zootecnia, com o objetivo de preparar estudantes, produtores e técnicos para os desafios e perspectivas exigidas pelo mercado. O evento é organizado pelo Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e as inscrições podem ser realizadas na página oficial do evento http://www.spbz.com.br/.

Sobre o ABC paraibano da ovinocultura – A região do ABC (Agreste, Brejo e Curimataú) paraibano da ovinocultura compreende o conjunto dos principais municípios da cadeia produtiva do setor no Estado. No total são 14 centros produtores: Solânea e Bananeiras são os municípios com o maior volume de criadores, cada uma com 14% da produção do Estado. Em seguida aparecem Araruna, com 11%, Alagoa Grande e Dona Inês, cada uma com 10% do total. Ainda compõem este cenário as cidades de Areia (9%), Tacima (8%), Lagoa de Dentro (8%), Araçagi (6%), Alagoinha (4%), Mulungu (2%), Belém (2%), Riachão (1%) e João Pessoa (1%).