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Relatório mostra que produção leiteira da Paraíba cresceu 20% em um ano

13 de maio de 2016

Parte do setor agrícola paraibano está comemorando os resultados de um ano de trabalho, com destaque para a bovinocultura leiteira. Segundo relatórios do projeto Sertão Empreendedor, do Sebrae Paraíba, houve um aumento de 20% na produção de leite. O aumento de 7.393 litros para 9.249 é da produção de 2014 a 2015, somente dos 142 bovinocultores ligados ao projeto. Conforme o Sebrae, o resultado implica em ampliação da escala de produção, diminuição de custos ao produtor e um aumento da produtividade do rebanho.

“Essa mudança aconteceu em virtude da especialização dos rebanhos para a produção de leite. Principalmente através da substituição de animais menos produtivos pelos mais produtivos e dos ajustes no manejo produtivo. A melhoria na alimentação e a diminuição de perdas foram percebidas. Sem falar que, em 10% dos casos, não tínhamos registro de indicadores produtivos e econômicos. Agora, os produtores passaram a ter especialização para produção leiteira, contribuindo para a transformação”, disse o gerente do Sebrae em Patos, Rodrigo Azevedo.

Com a incorporação de planejamento, gestão e das novas tecnologias de produção adequadas a cada perfil de propriedade e de produtor, os resultados podem ser alcançados por todos os produtores leiteiros do Estado. A mudança passa por ajustes na caracterização e no perfil do rebanho, segundo Rodrigo. Com rebanhos menores e mais produtivos, é possível evoluir também com mudanças nas práticas de manejo.

“Qualquer produtor pode buscar a incorporação destes novos conceitos. Mas é importante destacar que a evolução dependerá de alguns fatores. O nível de abertura existente pelo produtor para a mudança das práticas e a capacidade técnica comprovada da metodologia utilizada e dos técnicos envolvidos no processo para promoverem essas mudanças, são alguns deles. A disponibilidade de recursos naturais e fatores de produção em cada propriedade e o nível de recursos financeiros para investimento são outros”, disse.

De acordo com o gerente, nos rebanhos trabalhados pela equipe, foram instalados um descarte orientado, com redução do rebanho menos produtivo e substituição por animais mais produtivos. “É uma renovação do rebanho, dos animais com idade mais avançada ou com algum problema físico que interfira na produção pelos mais jovens. Dependendo do perfil do rebanho, o produtor comercializa aqueles animais que não estão produzindo”, detalhou.

Alimentação – Durante o ano pesquisado, no projeto Sertão Empreendedor, houve ainda ajustes no manejo produtivo dos rebanhos leiteiros, de acordo com Rodrigo. A alimentação, no  sistema de produção de leite, representa 60 a 80% dos custos de produção, dependendo do caso. Com o trabalho, aconteceu uma melhoria na alimentação e diminuição de perdas. Os ajustes são necessários para equilibrar o sistema de produção. 

“As fazendas de produção de leite no Nordeste sofrem muito com a dependência de insumos externos, como grãos que compõem a dieta da famosa ração concentrada, que é um alimento dos animais. É um componente da produção de leite que pesa muito nos custos. E a formulação destas rações, em muitos casos, está desequilibrada para as necessidades dos animais. É fornecida em quantidades até acima do necessário e ocasiona perdas”, destacou.

Inovações – O trabalho do projeto Sertão Empreendedor foi o de agregar a implantação de ferramentas de planejamento, gestão financeira e indicadores de produtividade para municiar a tomada de decisão dos produtores. Atualmente, o projeto atende a 142 produtores de leite em todo o Estado e a previsão é de chegar a 200 produtores de leite bovino em 2016. Segundo Rodrigo, eles foram capacitados com boas práticas de manejo, respeitando o bem estar animal e ordenha de leite eficiente e higiênica.

“Passaremos a estimular a incorporação de ferramentas de melhoramento genético de rebanho, através de Inseminação Artificial e em alguns casos até transferência de embrião. Faremos a incorporação de ferramentas de gestão mais avançadas, com software, e daremos atenção às ações de sanidade animal preventiva, incluindo o manejo reprodutivo”, disse o gerente.