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Saiba de 5 atitudes empreendedoras que nenhum curso vai lhe ensinar

30 de junho de 2016

Todos os futuros empreendedores já se perguntaram: será que apenas estudar é garantia de que meu negócio será bem sucedido? Ou o contrário: será que minha empresa irá se dar bem, mesmo que eu não tenha lido muito sobre empreendedorismo?

Na verdade, tanto a teoria quanto a prática são essenciais para empreender. “As duas são sempre importantes: fazer a prática sem conhecer a teoria gera erros por simples falta de pesquisa; porém, só teoria também gera um desconhecimento do mercado na realidade”, ressalta Heloisa Motoki, sócia da Rede Mulher Empreendedora.

“Se você parte de alguma teoria básica, não irá errar tanto assim no começo. Isso porque você já possui algumas lições aprendidas por pessoas que obtiveram sucesso”, complementa Marllon Calaes, empreendedor e fundador do espaço de coworking Liga Experimental.

Porém, todos os especialistas já consultados .com são unânimes em dizer que a prática é, de longe, a que mais gera experiência para o dono de negócio. Inclusive, há atitudes que só podem ser aprendidas por meio da vivência dentro de um empreendimento.

“As pessoas comuns, diante de uma época de crise econômica, são aquelas que ficam chorando. O empreendedor é o que parte para a ação”, resume Joaquim Xavier, gerente do Sebrae de São Paulo. “Ficar só na teoria é como ter duzentas horas de aula sobre fazer pizza e nunca colocar a mão na massa. É preciso fazer as primeiras pizzas e deixar que elas queimem. Nas próximas vezes, você já saberá qual o ponto correto.”

Quer empreender, mas ainda está apenas na teoria? Saiba quais atitudes você deixará de desenvolver enquanto não partir para a ação:

1. Aprender a correr riscos (de verdade)

Estar preparado para tomar decisões arriscadas é algo que todo curso de empreendedorismo aconselha. Porém, o dono de um negócio só pode sentir isso de verdade quando todo seu dinheiro está aplicado na empresa e é preciso pensar nos próximos passos.

“A propensão a riscos assume uma outra feição quando a situação vira realidade – ou seja, quando você apostou seu último centavo na empresa e ela depende apenas de você mesmo”, diz Calaes, da Liga Experimental. “Você pode até fazer um projeto de viabilidade, mas nunca irá prever todos os possíveis desdobramentos que podem ocorrer com seu empreendimento diante da prática.”

Apesar dessa situação de incerteza, nem sempre o medo de falhar é algo ruim, afirma Xavier, do Sebrae de São Paulo. Na verdade, um bom empreendedor é o que faz a análise dos riscos que assume. “É bom para o empreendedor ter medo, porque isso coloca um freio diante uma incerteza que de fato existe: ele passa a buscar mais informações e isso transforma o ‘risco’ em ‘risco calculado’.”

2. Realmente conhecer o seu cliente

Todo curso de empreendedorismo também fala sobre determinar o público-alvo do seu negócio. Porém, é na prática que os detalhes surgem – e são estes que realmente importam.

“Por exemplo, as aulas podem até dizer que o público-alvo do setor em que seu negócio se insere são as mulheres. Porém, o empreendedor peca na hora de especificar: como é que se comporta a mulher que compra da minha empresa?”, explica Heloisa, da Rede Mulher Empreendedora. “Quanto mais eficiente for esse processo de conhecimento, melhor. É menos dinheiro jogado fora com ações de publicidade não segmentadas o suficiente, também para dar um exemplo.”

Calaes reforça o conselho e recomenda fazer um perfil do seu consumidor, a partir do contato diário com esse público. “A escuta ativa do cliente só pode ocorrer na prática, e não lendo um monte de material sobre como eles são. Cada negócio tem uma experiência diferente com o cliente, e é por isso que ouvi-lo na prática é importante.”

3. Abrir mão de todas as responsabilidades

Heloisa conta que muitas empreendedoras que atende não conseguem desenvolver direito seus negócios porque centralizam todas as tarefas nelas mesmas.

“A gente até sabe que é preciso delegar, mas ainda há a insegurança de o trabalho não sair do jeito esperado. Tanto na relação com sócios quanto com funcionários, essa centralização atrapalha a gestão do negócio”, diz a empreendedora. O dono do negócio fica sobrecarregado e a empresa não rende tanto quanto poderia, diante da falta de mão-de-obra.

“Saber como dividir as atividades de forma eficiente é algo que vem com a experiência. Com o tempo, você abandona a insegurança e sabe como esse processo funciona na prática.”

4. Fazer networking

Todo empreendedor que já fez algum curso sabe a importância do networking para os negócios. Porém, como formar contatos sem ser uma pessoa chata e insistente? É aí que a prática é fundamental.

“Muitas vezes, o empreendedor sabe como o networking é fundamental para sua empresa. Mas a forma ideal de abordagem e apresentação do negócio só é realmente aprendida na prática. É preciso dar a cara a bater e ver o que funciona ou não: não é algo que se ensina”, diz Heloisa, da Rede Mulher Empreendedora.

O empreendedor de pequeno e médio porte costuma ter o comportamento de “lobo solitário”, como já percebemos na dica anterior: acreditam que é possível fazer tudo sozinho. “Porém, é importante saber usar seus contatos para gerar novos contratos e parcerias; para colher informações; e para conseguir feedbacks, por exemplo”, completa Xavier, do Sebrae de São Paulo.

5. Ter resiliência

Por fim, a principal atitude que você não aprenderá em cursos é justamente a que separa o empreendedor de verdade dos sonhadores: a resiliência, ou capacidade de resistir aos golpes que a vida empresarial lhe dá. Teoria nenhuma ensina isso.

“Na grande maioria das vezes, o primeiro modelo de negócios que você apresenta ao mercado não é o mesmo que será levado ao longo da vida de empreendedor. Você passará por altos e baixos: quando for reformular o produto após a prototipagem ou quando novos concorrentes forçarem a adaptação, por exemplo”, diz Calaes, da Liga Experimental. “O empreendedor precisa apanhar do mercado, porque é isso que o torna resiliente.”