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Robôs podem ser o futuro das entrevistas de emprego

14 de outubro de 2016

O futuro das entrevistas de trabalho pode te deixar horrorizado. Jake Rosen, por exemplo, se sentiu assim. Rosen, recém-formado da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), se candidatou para ser assistente da NBC quando soube que não teria que ir a um escritório para conversar com um ser humano sobre suas habilidades. Em vez disso, ele foi entrevistado por webcam, em um laptop.

Falamos do Skype, certo? Errado, nada tão pessoal assim. Ele gravou suas respostas e enviou para um gerente de Recursos Humanos da NBC para que fossem analisadas segundo a conveniência da companhia.

Trata-se de uma entrevista robô e funciona mais ou menos assim. Na experiência mais humana, um gerente de RH, que também não tem tanta prática na arte dos vídeos digitais, entrega perguntas gravadas. Ou, se realmente se trata do senhor Robótico, uma pergunta aparece na tela. Você tem um período de tempo limitado para responder. Você conversa com seu computador, grava as respostas e reenvia à companhia. Às vezes aparece uma pergunta de teste para que os candidatos se acostumem a falar com a câmera. Às vezes não. Muitas vezes, no fim, você tem a chance de regravar suas respostas.

Para os tímidos, esta poderia ser a realização de um sonho. Não é necessário dar um aperto de mão firme e, claro, nem usar perfume. Além disso, não é verdade que todo mundo gostaria de ter a opção de refazer tudo após inventar algo ou murmurar durante a resposta?

Para todos os demais, na melhor das hipóteses, a situação é incômoda. Trata-se de um encontro bastante artificial, um pouco parecido como o FaceTime, exceto pelo fato de que você é obrigado a olhar para seu próprio rosto grande e nervoso na tela enquanto fala das razões pelas quais quer trabalhar para a empresa.

A sensação é mais semelhante a atuar para uma plateia invisível do que ter uma conversa, porque em essência é exatamente isso. Desacostumado à câmera, Rosen ficou nervoso desde a primeira pergunta, o que afetou o restante da entrevista, disse ele.

“Não sou uma estrela do YouTube, obviamente”, disse ele. “Falar com a câmera é uma experiência muito estranha. Honestamente, foi horrível.” Jamie Black, que sofreu com a experiência da entrevista em vídeo para um emprego em uma escola, disse que se sentiu “mais em um game show do que em uma entrevista”.

Para muitos de nós, essa experiência em breve será inevitável. As entrevistas de emprego em vídeo e sem seres humanos estão em ascensão.

A HireVue, uma das poucas companhias que produzem softwares para entrevistas em vídeo, trabalha com 600 grandes organizações, incluindo Deloitte, JPMorgan Chase, Under Armour e a maior parte das grandes empresas aéreas dos EUA.

Neste ano, a empresa realizará 2,5 milhões de entrevistas, contra 13.000 cinco anos atrás. Cerca de 90 por cento destas são entrevistas “sob demanda”, sem ninguém ao vivo do outro lado.

O melhor conselho pode ser simplesmente relaxar.