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Déficit das contas externas do País deve fechar 2016 em 1% do PIB, analisa Ipea

4 de novembro de 2016

Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou que o déficit das contas externas do Brasil deve fechar o ano em torno de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo a entidade o nível está inferior a médio histórica do País, que é de 1,8% do PIB.

No acumulado do ano até o mês de setembro, o déficit ficou em US$ 13,6 bilhões, o que representa uma redução superior a 70% na comparação ao número do mesmo período de 2015, quando o déficit ficou em US$ 49,214 bilhões.

Segundo o autor do estudo, o técnico de planejamento e pesquisa do Ipea, Fernando Ribeiro, o Brasil já acertou os ajuste de suas contas.  “Na verdade, não é exagero afirmar que o País já ‘completou’ o ajuste de suas contas externas, no sentido em que o déficit em transações correntes já atingiu nível inferior à sua média histórica”.

A Carta de Conjuntura, que é produzida pelo Ipea e que analisa os dados apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reafirma esse ajuste ao afirmar que “as contas externas brasileiras permanecem em uma trajetória de ajuste, com expressiva redução do déficit em transações correntes”.

Queda do déficit

A queda do déficit, segundo Ribeiro, deve-se ao fato do aumento do superávit comercial. “Com efeito, a balança comercial brasileira vem registrando, desde o final de 2015, superavits comerciais bastante robustos, da ordem de US$ 3 bilhões a US$ 5 bilhões ao mês, e, no acumulado de janeiro a outubro, o superavit alcançou US$ 38,5 bilhões, três vezes mais que o número dos primeiros dez meses de 2015”.

O que impulsionou a melhoria da balança comercial foi a queda das importações, conforme afirma o Ipea.  “Os dados dessazonalizados mais recentes sugerem, contudo, que está havendo certa estabilização das importações e uma nova queda nas exportações, levando à redução dos saldos comerciais. Desta forma, em termos anualizados, o saldo dessazonalizado alcançou um pico histórico de cerca de US$ 60 bilhões em maio último, recuando nos últimos meses para valores mais próximos de US$ 40 bilhões”, ponderou Ribeiro no levantamento divulgado.

Fluxo de capital

Os fluxos líquidos de capitais do Brasil tiveram redução de 68,8% no acumulado do ano – de janeiro a setembro –, na comparação com igual período de 2015, menor valor nos últimos 10 anos. “Na prática, apenas duas rubricas registraram entradas significativas de capital: investimentos diretos, com US$ 46,3 bilhões, e empréstimos e títulos de curto prazo negociados no mercado externo, com saldo líquido de US$ 11,8 bilhões”, explicou o estudo do Ipea.

Ainda segundo o Ipea, o déficit de US$ 11,4 bilhões dos investimentos em carteira, ocorreu, principalmente, do retorno líquido de US$ 15,6 bilhões de aplicações em títulos negociados no mercado externo.