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Dólar volta a R$ 3,10 com ação do BC e esforços sobre Previdência

17 de abril de 2017

O dólar operava em queda de mais de 1% ante o real nesta segunda-feira (17), de volta ao patamar de R$ 3,10 reais, com atuação do Banco Central no mercado e esforços do governo para manter o cronograma de votação da reforma da Previdência no Congresso Nacional.

Às 10h36, o dólar recuava 1,20%, a R$ 3,1088 na venda, depois já ter batido R$ 3,0992 na mínima do dia. O dólar futuro tinha baixa de 1,20%.

“(O anúncio do swap) indica ser uma precaução do BC ao cenário geopolítico, assim como pontual cautela ao cenário político nacional em tempos de delações da Odebrecht”, comentou a corretora H.Commcor em relatório a clientes.

Após do fechamento do pregão passado, o BC sinalizou que pretende rolar integralmente os R$ 6,389 bilhões de dólares que vencem em maio em swaps cambiais tradicionais –equivalentes à venda futura de dólares. No leilão dessa sessão, serão ofertados até 16 mil contratos.

A última vez que o BC rolou swaps tradicionais foi os com vencimento de fevereiro. Hoje, o estoque de swaps está em pouco menos de 18 bilhões de dólares.

“O BC… já se antecipou. Essa semana vai ser crucial, o governo vai mostrar se conseguiu agregar sua base, se ela tem alguma força”, comentou a diretora de câmbio da corretora AGK, Miriam Tavares.

A cena política ficou mais sensível após a abertura de uma série de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo diversos ministros do presidente Michel Temer e importantes políticos da base aliada no âmbito da Lava Jato, com delações de executivos da Odebrecht. Com isso, o governo tem se esforçado para garantir a aprovação da reforma da Previdência nos próximos meses, mesmo que abrindo mão de pontos da proposta original.

Na noite passada, Temer pediu a parlamentares aliados e ministros que atuem para manter o cronograma de votação da reforma no Congresso. Na terça-feira, o relator da matéria, deputado Arthur Maia (PPS-BA), apresenta seu parecer em comissão especial da Câmara.

“Em tempos de delações e Lava Jato, o plano de fuga do Planalto é avançar com as reformas. Temer tenta mostrar que as atividades não estão paralisadas”, informou a corretora Guide em relatório.

No exterior, o dólar operava em queda neste início de semana, contribuindo para a trajetória doméstica, após dados de inflação norte-americanos no final da semana passada terem enfraquecido ainda mais apostas de mais aumentos de juros nos Estados Unidos além dos dois já precificados pelo mercado para o restante do ano.

O dólar caía ante uma cesta de moedas e divisas de países emergentes, como o rand sul-africano e o peso chileno.