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Saiba como se vestir para uma entrevista de emprego

19 de abril de 2017

Na hora de se vestir para uma entrevista de emprego, como saber qual roupa ajudará a causar uma boa impressão? Pecar pelo excesso é sempre a melhor opção? A reunião envolve diversas avaliações e uma delas é certamente o modo como você se apresentará à empresa. A roupa pode até ser a menor das suas preocupações, mas não deveria.

A primeira regra de ouro para quem está em dúvida sobre o que vestir, segundo consultoras de moda, é identificar qual tipo de roupa os profissionais da companhia costumam usar. Ou mesmo do departamento para o qual você pode vir a trabalhar. “O ideal é sempre entender o perfil da empresa antes da entrevista. Pesquise nas mídias sociais, procure saber por alguém que trabalha lá e descubra o que as pessoas costumam vestir no dia a dia”, diz a consultora de imagem corporativa Renata Mello. Este será o parâmetro a ser seguido.

Construtoras, escritórios de advogados, bancos e empresas do setor financeiro, por exemplo, optam pela formalidade e pelo uso de roupas com tom mais sóbrio. É o espaço onde desfilam ternos, roupas sociais, sapato de couro e blazer. No verão, as mulheres podem optar por uma blusa de seda e saia lápis. O salto alto também é bastante indicado.

Por outro lado, em empresas com hábitos mais flexíveis ou descolados, ir vestido de modo muito formal pode passar a impressão de que a pessoa é careta ou séria demais. “O importante é você, ao escolher uma roupa, conseguir exteriorizar a identidade visual da marca para qual está concorrendo a uma vaga”, diz a consultora de moda Bia Kawasaki, que trabalha há 18 anos orientando empresas na construção de códigos de vestimenta para os funcionários. Independentemente do ambiente, porém, evite usar roupas amassadas, com bolinhas ou algum tipo de cheiro. “Não precisa ser uma roupa cara. Basta ter uma boa aparência”, diz Renata Mello.

Abaixo, confira algumas dicas das consultoras para quem vai enfrentar uma entrevista de emprego e não quer perder pontos:

Onde as pessoas mais erram

Sabe aquela história de “é melhor pecar pelo excesso?”. Não é bem assim quando se trata de uma entrevista de emprego. Para a consultora Renata Mello, o maior erro dos profissionais é exagerar na hora da escolha da roupa e dos acessórios com o objetivo de “causar uma boa impressão”. “As mulheres acabam usando certas roupas para se sentirem poderosas, abusando do decote e do comprimento da saia ou do excesso de maquiagem”.

Já os homens pecam ao tentar “impor um estilo pessoal” que não necessariamente está de acordo com o exigido pela empresa. É achar, por exemplo, que podem dispensar uma gravata quando bem entender. “Conheci o caso de um profissional muito bom, competente, bem avaliado, mas que na entrevista final não usou a gravata. O gestor me disse: ele chegou, todo despojado, achando que o jogo já estava ganho. Não contratei”, diz Renata Mello. Isso não quer dizer que é preciso estar sempre de gravata. Na dúvida, segundo a consultora, leve uma gravata na mala e a coloque se sentir falta na hora.

Cores

Vermelho forte, laranja e amarelo reluzente. A dica é evitar essas cores durante a entrevista de emprego. Se o intuito é transmitir uma imagem de alguém que é dinâmico, vibrante e mais animado, aposte em acessórios metalizados. Para as mulheres, uma dica é combinar roupas com tons mais neutros a um colar prateado ou dourado, mas fosco, sem muito brilho. Pulseiras que não fazem barulho ou um anel de destaque também podem ser uma boa ideia. “Os acessórios favorecem o tom da pele e iluminam sem chamar muita atenção”, diz Bia Kawasaki. Estampas não são um erro, caso não sejam exageradas e estejam acompanhadas de uma outra peça mais neutra, segundo Renata Mello.

Ambiente formal

Mulheres: não é preciso ficar somente nas calças sociais. Investir em uma saia lápis ou em um vestido preto básico são boas alternativas. Para os dois casos, o comprimento indicado é na altura do joelho. A saia, segundo Bia Kawasaki, é uma opção bastante formal que favorece a todos os biótipos. Ela não pode ser muito agarrada. Para mulheres que têm o tronco mais largo, Bia indica utilizar uma blusa de seda que cubra os ombros e seja mais solta. Na combinação com a saia, um blazer é a opção indicada. De preferência em cores mais sóbrias e escuras.

Em ambientes formais, Bia também aconselha as mulheres a apostarem em unhas com cores mais neutras — deixando de lado o vermelho, pink ou desenhos. O salto é indicado por ela para qualquer combinação. “O salto muda a identidade da mulher, aumenta a estatura, deixa a coluna mais ereta e a postura mais bonita”, diz. O único cuidado a se ter, segundo Bia, é optar por um salto confortável que não traga dificuldades para caminhar, o que poderia causar o efeito contrário ao desejável.

Homens: o bom e tradicional terno é a opção mais indicada. A cor, contudo, não precisa ser preta. Bia aconselha escolher tons mais escuros no inverno, como azul, e no verão, um cinza mais claro. Ela não recomenda o uso de  gravatas de cores fortes, como pitanga. Com relação à meia, é preciso combinar com o sapato — preto com preto, por exemplo. Para a consultora, vestir meias coloridas ou brancas pode “queimar o filme”.

Ambiente informal?

Mulheres: elas devem apostar no vestido e na combinação de saia com blusa. O maior inimigo neste caso, para Bia, é escolher um “look que fique muito sensual”. É indicado evitar blusas com alças finas ou regatas e investir em peças de cores mais neutras. O “amarelão da moda” está descartado.

Homens: para Bia, não se deve necessariamente dispensar o terno. Uma sugestão é utilizá-lo sem a gravata e, se a informalidade não for tanta assim, com um lenço de seda no bolso. Foi o que ela sugeriu quando elaborou o código de vestimenta da BM&FBovespa. Bia criou um traje mais flexível, sem deixar de ser formal. Com terno, camisa e sem gravata.  Em empresas mais despojadas, ela volta a indicar que se pesquise sobre como os profissionais ali se vestem.

Ambas consultoras concordam ser arriscado apostar na calça jeans. “O problema pode ocorrer quando você chega de calça jeans e o gestor que irá te entrevistar está de calça social”, diz Renata Mello. Uma opção para um estilo mais despojado é optar por uma calça de sarja.

Cabelo

Algo que poucos se atentam antes da entrevista e que pode fazer a diferença: o cabelo. “O corte de cabelo traduz nossa identidade”, diz Bia. Uma dica é, se possível, passar no cabeleireiro para deixá-lo com um corte mais definido e que valorize seu rosto. Se for ao salão, já aproveite e peça dicas de maquiagem. Para os homens, o cuidado com a barba também é importante.

E o meu estilo?

As duas consultoras aconselham os profissionais a seguir o estilo da empresa, antes de tentar impor o seu — ao menos durante a entrevista de emprego. O indicado é ir mais formal, mesmo que não seja assim que você está acostumado a trabalhar — ou com um estilo informal que esteja de acordo com o da empresa. “Há chefes que não dão tanta importância ao que você veste na entrevista. Mas a grande maioria pensa: eu consigo enxergar essa pessoa com a cara da empresa? E é claro que nesta análise entra a roupa que você está vestindo naquele momento”, diz Renata Mello.

Depois, se a contratação ocorrer, o agora funcionário poderá entender melhor como as pessoas se vestem na empresa, talvez ouvir do gestor que uma roupa tão formal não é necessária todos os dias ou ainda que a calça jeans é aceitável. “Você pode colocar pitadas do seu estilo pessoal no profissional. Só não pode tornar o profissional totalmente pessoal”, afirma Renata.

Sou muito jovem. E agora?

A roupa correta pode ajudar a passar uma impressão de maturidade que, muitas vezes, só o julgamento do rosto não leva a crer, segundo as consultoras. Uma mulher muito nova, por exemplo, pode optar por um colar de pérolas e acessórios que a ajudem passar uma imagem mais adulta. Já um homem muito novo que concorre a uma vaga sênior deve optar pela gravata e por um traje formal. Cabelo raspado e barba mal feita podem pegar mal.