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Bradesco eleva lucro no 1º tri com despesa menor para calotes, que sobem

27 de abril de 2017

O segundo maior banco privado do país anunciou nesta quinta-feira (27) que seu lucro recorrente somou 4,648 bilhões de reais no período, alta de 13% sobre um ano antes e de 6% na base sequencial. Já o lucro líquido, que referencia remuneração a acionistas, somou 4,07 bilhões, avanço de 13,3% sobre o trimestre anterior e queda anual de 1,2%.

Refletindo tanto efeitos sazonais quanto a persistente fraqueza econômica do país, a carteira de crédito do Bradesco encolheu 2,4% sobre dezembro, para 502,7 bilhões de reais, embora na comparação anual tenha crescido 8,5%.

A margem de juros, que mostra as receitas do banco com operações de crédito e com tesouraria, ficou estável sobre o último quarto de 2016, refletindo a retração na carteira de empréstimos e o foco em operações de menor spread. O resultado não foi pior devido à queda de 67% no ajuste contábil por perdas com ativos financeiros, a 420 milhões de reais.

Também na base sequencial, as receitas com tarifas caíram 1,5%, para 7,43 bilhões de reais. Ano a ano, contudo, essa linha apontou alta de 16%.

As comparações anuais são parcialmente distorcidas pelo fato de o Bradesco ter consolidado as operações do HSBC no Brasil a partir de julho passado.

Se as receitas não foram o ponto forte do trimestre, por outro lado o Bradesco viu a despesa com provisões para perdas com calotes cair 10,8% em 12 meses e 12% sobre o trimestre anterior, a 4,86 bilhões de reais. Segundo o banco, a queda refletiu maiores receitas com recuperação de crédito.

Embora provisões menores em geral signifiquem estimativa de queda futura nas perdas com calotes, o índice de inadimplência do Bradesco subiu na base sequencial pelo nono trimestre seguido, atingindo 5,6%. O índice tinha sido de 5,5% em dezembro e de 4,2 % 12 meses antes

Segundo o banco, o aumento teve a ver com uma grande empresa cujo nome não foi revelado, mas o valor já tinha sido todo provisionado. O índice antecedente, de 15 a 90 dias, caiu na base sequencial, de 4,65 para 4,31%.

Além de dados operacionais fracos da atividade bancária, o braço de seguros, que responde por cerca de um terço do resultado do grupo, teve queda de 8,7 por cento do lucro sobre o trimestre anterior e de 0,4 por cento ano a ano, para 1,37 bilhão de reais. O declínio reflete entre outros fatores o avanço da sinistralidade, o volume de indenizações pagas.

De todo modo, o retorno sobre patrimônio líquido médio ajustado (ROE) do Bradesco subiu a 18,3%, ante 17,5% um ano antes e 17,6% no fim de 2016.