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Estudo mostra consumo de carne migra de supermercados para açougues e atacadistas

3 de julho de 2017

Após a operação carne fraca, um estudo realizado pela consultoria britânica Dunnhumby, realizado com 530 brasileiros, mostrou que o consumo de carne caiu 10%. De acordo com o levantamento, 64% tiveram sua decisão de compra/consumo influenciadas pelas notícias. Os açougues e atacadistas foram os que mais se beneficiaram com a ação da Polícia Federal, já que os consumidores direcionaram suas compras para estes canais.

De acordo com Marcos Silva, que é proprietário de um açougue no Centro da cidade e que abriu um novo estabelecimento em Manaíra, recentemente, “o faturamento dobrou, os clientes correram dos supermercados que normalmente vendem produtos envolvidos e vieram comprar aqui porque confiam no nosso trabalho e nem mesmo a abertura de outra loja fez com que reduzisse o movimento na do Centro”, diz.

Entre os canais que a pesquisa abordou, os açougues ganham a preferência do consumidor na compra de carne fresca ou natural, também pelo fato de ser um local onde as pessoas podem saber a procedência do que se compra. Já os supermercados seguem liderando frios, embutidos e congelados.

Abalo em algumas marcas

De acordo com a pesquisa, em relação às marcas, os consumidores tinham como preferência antes da operação a Sadia (80%), Seara (70%), Perdigão (65%), Aurora (63%) e Friboi (52%). Depois das notícias, os percentuais reduziram para: Sadia (20%), Seara (11%), Perdigão (19%), Aurora (44%) e Friboi (1%). As carnes importadas cresceram bastante no mercado, segundo Silva. De acordo com ele nem tanto pelo receio da carne nacional, muito mais por ele comprar em grande quantidade para revender. “Antes comprava uma quantidade que não me permitia baratear o preço, o que é possível agora, que alguns cortes são até mais baratos que a carne nacional”, afirma.

Em Junho, a Associação Proteste encontrou a presença de nitrato em cortes de contrafilé Friboi JBS e nas picanhas Frialto e Montana. Esse aditivo é empregado nos produtos cárneos com o objetivo de melhorar o aspecto (cor), prevenir o crescimento microbiológico além de atuar como um antioxidante, ou seja, atua aumentando o tempo de conservação desses produtos. A Anvisa e o Mapa só autorizam o seu uso em carnes processadas e embutidas – e, ainda assim, dentro de certo limite (acima dele, cogita-se que o nitrato dê origem a componentes tóxicos e até cancerígenos). Porém, nas carnes frescas e congeladas (como é o caso das citadas), sua utilização é proibida.