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Perspectiva de trabalho formal piora no comércio

7 de agosto de 2017

Há poucos sinais de recuperação porque a perspectiva para o emprego futuro no comércio voltou a se deteriorar na sondagem da FGV. O saldo entre as empresas que previam contratar e demitir ficou negativo pelo segundo mês, saindo de -1,5% em junho para -1,7% em julho, conforme cálculo obtido pelo Estadão/Broadcast. O resultado significa que há mais empresas prevendo demissão do que prevendo novas contratações.

O movimento coincide com a crise política desencadeada pelo delação de Joesley Batista, um dos sócios da JBS. Até então, o saldo para o emprego previsto vinha em trajetória de melhora desde dezembro de 2016.

“A piora pelo segundo mês consecutivo tem capacidade para afetar um pouco a recuperação que estava ocorrendo, com as empresas mais cautelosas para contratar e os consumidores mais cautelosos para comprar”, avaliou Aloisio Campelo Junior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).

Segundo a Sondagem do Comércio de julho, há mais empresários no varejo ampliado – que inclui veículos e material de construção – prevendo manter como está o contingente de empregados, mas 12,7% esperavam diminuir, enquanto 11,1% estimavam fazer novas contratações. “O comércio só vai melhorar se tiver melhora no mercado de trabalho”, disse o economista Fabio Bentes, da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O comércio responde por quase um quinto dos postos de trabalho do país, o equivalente a 17,412 milhões de postos entre os 90,236 milhões de empregos existentes no fim de junho, de acordo com a Pnad Contínua.No primeiro semestre, o comércio extinguiu 125 mil postos formais, calculou Bentes, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho. Mas a CNC está otimista quanto à recuperação do setor até o fim do ano, o que pode render 140 mil novas vagas.