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Dos 13 milhões de desempregados, 8,3 milhões são pretos e pardos no Brasil

17 de novembro de 2017

Dos 13 milhões de brasileiros desempregados, 8,3 milhões são pretos ou pardos, segundo levantamento divulgado nesta sexta-feira (17) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

A taxa de desocupação entre o grupo (percentual da população com idade para trabalhar, mas que está desempregada) ficou em 14,6% no terceiro trimestre de 2017. Entre os trabalhadores brancos, esa taxa é de 9,9%. Os dados fazem parte da Pnad Contínua Trimestral (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).

A série histórica do levantamento, que começou em 2012, mostra que a taxa de desemprego é sempre maior entre a população preta e parda. 

No auge da crise do emprego, no primeiro trimestre deste ano, a taxa de desocupação geral era de 13,7%, sendo 10,9% para brancos e 16,2% para pretos e pardos.

Já no terceiro trimestre do ano, a taxa do grupo caiu para 14,6%, ante 12,4% da população geral e 9,9% para brancos.

Para o coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, indicadores como esses revelam quão desigual é o mercado de trabalho brasileiro.

— Entre os diversos fatores estão a falta de experiência, de escolarização e de formação de grande parte da população de cor preta ou parda. Isso é um processo histórico, que vem desde a época da colonização. Claro que se avançou muito, mais ainda tem que se avançar bastante, no sentido de dar a população de cor preta ou parda igualdade em relação ao que temos hoje na população de cor branca.

Embora representem 63,7% dos desempregados, pretos e pardos totalizam 53% dos trabalhadores ocupados do País, e 54,9% da população com 14 anos ou mais.

Além disso, o percentual de empregados pretos ou pardos do setor privado com carteira assinada (71,3%) era mais baixo do que o observado no total do setor (75,3%).

Ambulantes

Os dados da Pnad Contínua revelam ainda que a crise econômica empurou a população preta e parda para a informalidade. Em 2014, 19,4% desses trabalhadores atuavam como ambulantes, já em 2017 o índice subiu para 25,2%. 

Além disso, mais de 1 milhão de trabalhadores pretos ou pardos atuavam como ambulante no terceiro trimestre de 2017 (ou 66,7% do total). Isso significa que, a cada três ambulantes, dois são pretos ou pardos. 

A desigualdade no mercado de trabalho também se revela entre os patrões, já que somente 33% dos empregadores do País são pretos ou pardos.