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Demanda da micro e pequena empresa por crédito marca apenas 12,9 pontos em novembro

20 de dezembro de 2017

Mesmo com a retomada gradual da confiança e a pequena melhora no consumo das famílias, os micro e pequenos empresários (MPEs) seguem reticentes para contratar crédito e, consequentemente, investir em seus negócios. Dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostram que apenas 7% desses empresários têm a intenção de contratar crédito pelos próximos três meses. Os que não pretendem tomar recursos emprestados somam 85% da amostra, ao passo que 5% estão indecisos. No último mês de novembro, o Indicador de Demanda por Crédito registrou apenas 12,9 pontos e ficou praticamente estável na comparação com outubro, quando registrara 13,0 pontos. Na comparação anual houve uma ligeira queda, uma vez que o índice se encontrava em 13,5 pontos em novembro de 2015 e em 13,6 pontos em novembro de 2016.

O resultado alcançado em novembro deste ano é considerado baixo, visto que a escala do indicador varia de zero a 100. Quanto mais próximo de 100, maior é a probabilidade de os empresários procurarem crédito e, quanto mais próximo de zero, menos propensos eles estão para tomar recursos emprestados para os seus negócios.

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Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti o baixo apetite ao crédito é justificado pela conjuntura econômica e pela falta de conhecimento das possibilidades que o crédito oferece. “Mesmo com a queda da taxa Selic, os juros para as empresas e consumidores ainda se mantêm elevados. Além disso, com a falta de conhecimento das modalidades disponíveis e com um cenário econômico que ainda não inspira muito otimismo, os pequenos e micro empresários acabam limitando-se a utilizar os próprios recursos em vez de buscar financiamentos em instituições bancárias. Conforme a economia apresente mais sinais de melhora, como mais geração de empregos e reaquecimento das vendas, a procura por crédito deve aumentar acompanhando a evolução das perspectivas do empresariado”, analisa a economista.

Questionados sobre o porquê do desinteresse por buscar novos recursos para suas empresas, 41% desses empresários alegam não ver necessidade, pois conseguem manter a empresa com recursos próprios. Dois em cada dez (23%) consideram os juros elevados e 19% se dizem inseguros tendo em vista o quadro econômico atual do país. Sobre o grau de dificuldade para contratar crédito, 32% dos micro e pequenos empresários reconhecem que atualmente está difícil conseguir crédito no mercado. Há, porém, uma parcela considerável, de 21% de entrevistados, que consideram a contratação fácil. O excesso de burocracia (43%) e juros altos (42%) são as principais razões para quem vê entraves na contratação de crédito.

Considerando a minoria dos que vão tomar recursos emprestados de terceiros, 39% manifestaram a intenção de usar esse dinheiro extra para formar capital de giro. A aquisição de equipamentos e maquinário é escolha de 22% dos empresários consultados, ao passo que 17% pretendem reformar a empresa com recursos emprestados. Há ainda 17% que vão pagar dívida com esse dinheiro.

“Mesmo entre os que estão dispostos a tomar recursos emprestados, poucos se propõem a expandir a empresa. A prioridade é tocar o dia a dia e manter o negócio. Seja por causa do momento econômico ou por não conhecer as possibilidades do crédito, o fato é que poucos o enxergam como uma forma de ampliar o negócio”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Demanda por investimentos marca 31 pontos. Metade ainda vai investir com capital próprio

Outro dado que demonstra o comportamento cauteloso do pequeno empresário em meio a retomada da economia é que somente 28% dos micro e pequenos negócios do país pretendem realizar investimentos no horizonte de três meses. Expressivos 64% não têm intenção de realizar algum tipo de investimento em seus negócios. Os indecisos somam 6% da amostra. Os dados são do Indicador mensal de Propensão ao Investimento também calculado pelo SPC Brasil e pela CNDL.

Na escala do indicador, que varia de zero a 100, sendo que quanto mais próximo de 100, maiores são as chances de o empresário investir, o índice ficou em 31,0 pontos no último mês de novembro. Na comparação com outubro, houve uma ligeira queda, uma vez que o índice estava em 33,2 pontos. Já na comparação anual, o cenário é um pouco melhor e aponta um leve crescimento. Em novembro de 2015 o índice estava em 27,2 pontos e em novembro do ano passado, se encontrava em 27,0 pontos.