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Chinesa Didi Chuxing compra o controle da brasileira 99

4 de janeiro de 2018

empresa de transportes Didi Chuxing anunciou nesta quarta-feira (3) que adquiriu o controle da brasileira 99. O negócio acirra ainda mais a disputa da chinesa com a Uber e sinaliza uma consolidação das empresas de transporte alternativo no Brasil e pelo mundo.

O valor da transação não foi revelado, mas ele confere à 99 valor de mercado em torno de US$ 1 bilhão, segundo o jornal “Valor Econômico”. Isso faz da empresa, nascida em São Paulo, a primeira “unicórnio” do Brasil. O nome é dado a startups, empresas iniciantes de tecnologia, ao atingir o patamar bilionário em valor de mercado.

A Didi Chuxing é o maior aplicativo de transporte da China, onde é usado por 450 milhões de usuários.

O negócio ocorre um ano depois de a Didi entrar para o conselho de administração da 99. Isso ocorreu após a empresa liderar um investimento de US$ 100 milhões na brasileira. Outros investidores são os fundos Riverwood Capital, Monashees, Qualcomm Ventures e Tiger Global, além da japonesa Softbank, dona de vários negócios como a operadora de telecomunicações norte-americana Sprint.

“O Brasil é hoje o mercado de internet móvel mais rápido do mundo. Com uma transação deste porte no cenário tecnológico brasileiro, o acordo reforça a fase de crescimento da indústria de mobilidade e confirma o vasto potencial de inovação na região”, destacou o comunicado das companhias, que não informou detalhes da operação.

“O investimento marca um passo significativo na execução da estratégia global da Didi. A companhia fechou parcerias com sete empresas internacionais, em uma rede que atende mais de 1.000 cidades e atinge mais de 60% da população mundial”, acrescentou a nota.

A 99 e a Didi

Fundada em 2012, a 99 nasceu como um aplicativo destinado a intermediar o contato entre taxistas e passageiros. A empresa ampliou sua forma de atuação após a Uber chegar ao Brasil. À exemplo da concorrente –e do que a Didi faz na China -, passou também a oferecer corridas com carros de passeio. A empresa informa conectar mais de 300 mil motoristas a 14 milhões de passageiros em mais de 400 cidades no Brasil.

O negócio sinaliza duas tendências. Por um lado, a aquisição da 99 é o mais novo movimento da Didi sobre o território da Uber. O avanço começou ainda na China, em 2016, quando comprou os negócios da Uber no país por US$ 35 bilhões.

A Didi já investiu também em outras rivais da Uber, como a Ola (Índia), Grab (Cingapura), Taxify (Estônia) e Careem (Oriente Médio). A rede atual cobre mais de 1000 cidades.

Na semana passada, a Didi chegou a ultrapassar a Uber em valor de mercado para virar o “unicórnio” mais valioso do mundo. Mas não fez isso com uma aquisição ou ao investir em alguma concorrente da norte-americana.

O que ocorreu foi que um grupo de empresas liderados pela Softbank anunciou a aquisição de 20% da Uber. Só que o valor pago por essa fatia reduziu a avaliação de mercado da empresa para US$ 48 bilhões. Até então, a companhia de transporte alternativo era avaliada em US$ 68 bilhões. Com isso, a Didi Chuxing, avaliada em US$ 56 bilhões, assumiu a ponta.

Por outro lado, a transação representa uma consolidação no setor. No ano passado, a Cabify, empresa espanhola de transporte alternativo, uniu suas operações com as do Easy, que foi pioneiro no Brasil no negócio de conectar taxistas via aplicativo.