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Temer afasta vices da Caixa por esquema capitaneado por Cunha

17 de janeiro de 2018

Michel Temer afastou, nesta terça-feira 16, quatro dos 12 vice-presidentes da Caixa Econômica Federal por 15 dias após recomendação do Banco Central e do Ministério Público Federal.

Os dirigentes Deusdina dos Reis Pereira, Roberto Derziê de Sant’Anna, Antônio Carlos Ferreira e José Henrique Marques da Cruz são investigados em um esquema que inclui uma série de desvios no banco público, grande parte deles capitaneada pelo ex-deputado federal Eduardo Cunha.

Recentemente, a Procuradoria recomendou a substituição imediata de todos os vice-presidentes da Caixa Econômica Federal. Na segunda-feira 15, apresentou suas alegações finais no processo que investiga desvios no Fundo de Investimento do FGTS, controlado pelo banco público.

Na acusação, o Ministério Público pediu uma pena de 387 anos para Cunha por dezenas de crimes cometidos no esquema. Alguns dos vices afastados por Temer estão citados nas alegações finais, a exemplo de Deusdina Pereira e Roberto Sant’Anna.

Além de Cunha, a Procuradoria sugeriu penas de 32 anos ao doleiro Lúcio Funaro, que assinou um acordo de colaboração premiada com a Justiça, e ao ex-vice-presidente da Caixa Fabio Cleto, além de uma punição de 78 anos de reclusão ao ex-ministro Henrique Eduardo Alves.

Cunha é acusado de ter cometido dezenas de crimes, entre eles 12 delitos de corrupção ativa e 11 de lavagem de capitais. Apenas pelos crimes de corrupção ativa, a Procuradoria pediu uma pena de 192 anos ao ex-presidente da Câmara. Em relação aos delitos de lavagem, são 132 anos.

A alta punição sugerida a Cunha decorre de o Ministério Público ter usado o critério de concurso material, ou seja, a soma das penas referentes a cada crime. Apesar do pedido, a legislação brasileira prevê que o tempo máximo de prisão seja de 30 anos.

Temer já foi citado como um dos beneficiários do esquema da Caixa. Na segunda denúncia contra o emedebista apresentada pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot, o presidente é apontado como líder da organização criminosa composta também por Cunha, Alves e o ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso após a descoberta de um bunker com 51 milhões em dinheiro vivo.

Segundo Janot, a organização criminosa arrecadou cerca de 170 milhões de reais em propina no esquema de desvios na Caixa.